Ouvidoria de SP alega “cenário de massacre e crise humanitária” sobre operações na Baixada
Posicionamento veio após declarações de Derrite afirmando que não houve “nenhum excesso” dos policiais militares nas ações
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, reiterou que operações na Baixada Santista representam, “cenário de massacre e crise humanitária”. O posicionamento veio nesta quinta-feira (7), após declarações do Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública do estado.
Durante comissão na Assembleia Legislativa de São Paulo, na quarta-feira (6), Derrite afirmou que não houve “nenhum excesso” dos policiais militares durante as operações realizadas na Baixada Santista.
“Nenhum órgão correcional das polícias recebeu qualquer denúncia, informação ou relato oficial de que houve abuso de autoridade das forças policiais. Caso isso aconteça, com absoluta certeza isso será investigado (..) A gente não pode, a partir de relato informal, instalar procedimento (…) Por isso, não reconheço nenhum excesso, até que isso chegue oficialmente para as forças policiais”, afirmou.
Entre janeiro e esta quinta (7), a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo encaminhou 44 ofícios, endereçados à Corregedoria da Policia Militar e Deinter 6, além do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Ministério Público, Governador do Estado de São Paulo, Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Presidência da Alesp, Comissão de Direitos Humanos da Alesp, Comissão de Segurança Pública Alesp, Anistia Internacional e Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania.
Segundo o ouvidor, foram solicitados imagens, laudos, boletins de ocorrência, elementos periciais, e “sem nenhuma resposta até este momento”. A Ouvidoria ultrapassou a marca de mais de 3.500 casos em que a Corregedoria da PM não nos fornece nenhuma resposta.
Sobre a Operação Escudo de 2023, “nenhum dos ofícios direcionados à Polícia Científica do estado foram respondidos. O mesmo se pode dizer com relação às ameaças de vida sofridas pelo Ouvidor, onde apenas o Ministério Público forneceu resposta aos ofícios, com absoluto silêncio da Secretaria de Segurança Pública também neste caso”, diz nota.