OS investigada recebeu R$ 23 milhões do governo Witzel, diz executivo
Unir Saúde é investigada na Operação Placebo, que apura fraudes na saúde, e teria ligação com empresário preso em desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro
Em depoimento a deputados estaduais do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (20), o diretor do Instituto Unir Saúde, Marcus Velhote de Oliveira, admitiu que a organização social recebeu mais de R$ 23 milhões mesmo após ter sido desqualificada pelo governo.
Responsável pela administração de unidades de saúde no estado, a Unir Saúde é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Placebo, que apura envolvimento do governador Wilson Witzel (PSC) com fraudes na saúde.
Segundo o MPF, a apuração gira em torno de um possível ajuste ilícito para que o governador revertesse a decisão que impedia a empresa de ser contratada pelo governo.
A Unir teria ligações com o empresário Mário Peixoto, preso em maio na Operação Favorito, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.
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O diretor da Unir participou de audiência da comissão que fiscaliza gastos e ações do governo no combate à Covid-19. O grupo tem obtido e compartilhado provas com a comissão que analisa o impeachment de Witzel — aberto em meio às denúncias de fraudes na saúde do Rio.
Durante a reunião da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), Marcus Velhote de Oliveira alegou não conhecer Mário Peixoto. Segundo ele, Peixoto não tem nenhuma relação com o Instituto.
Sobre a informação de que Bruno Kopke, diretor médico da Unir, doou R$ 75 mil ao partido de Witzel, Velhote afirmou que a organização social nunca fez doação para nenhum político e nunca conheceu o atual governador do Rio de Janeiro.
“A princípio, a Unir Saúde não vai ressarcir o Estado. Pelo que eu sei todos os contratos foram devidamente firmados”, disse Oliveira.
Ao ser perguntado sobre o organograma da Unir Saúde, o interrogado alegou não conhecer os donos da organização social e afirmou que apenas assinava documentos produzidos por outras áreas. “Não acompanhava o processo”, declarou.
*estagiário, com supervisão de Leandro Resende