Onça-pintada resgatada de incêndio se recupera e volta ao Pantanal
Após 43 dias de tratamento, animal batizado de Miranda foi solto área de refúgio ecológico na cidade que lhe deu nome
A onça-pintada resgatada de um incêndio no mês passado em Miranda (MS), no Pantanal sul-mato-grossense, foi solta nesta sexta-feira (27). O animal, símbolo do bioma, ficou por43 dias em tratamento e recuperação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS).
A onça batizada de Miranda, em homenagem à cidade em que foi encontrada, foi solta na área de refúgio ecológico do município, a 236 km da capital.
O felino foi solto em uma operação que envolveu médicos veterinários e biólogos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e CRAS, além da equipe do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Polícia Militar Ambiental.
“Miranda é uma jovem onça-pintada, com grande potencial reprodutivo, o que nos traz esperanças de que ela possa, no futuro, contribuir para a continuidade da espécie no Pantanal”, disse a veterinária Aline Duarte, coordenadora do CRAS.
Resgate da onça Miranda
Dois dias antes de ser resgatada, a onça-pintada — de aproximadamente dois anos — tinha sido avistada com dificuldades para andar. O animal estava com as patas queimadas.
Miranda foi encontrada em uma manilha, foi sedada pela equipe de resgate e recebeu os primeiros cuidados. No hospital, o felino recebeu curativos diários, com uso de pomadas cicatrizantes e passou por tratamentos de ozonioterapia para acelerar a cicatrização das patas.
Na mesma semana do resgate, a onça Antã foi resgatada na região do Passo da Lontra. O animal não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 11 deste mês.
Aumento nas queimadas
O Mato Grosso do Sul registrou 1923 focos de incêndio neste mês até esta sexta-feira (27), de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).O número é quase seis vezes maior do que o contabilizado em todo o mês de setembro do ano passado.
No pantanal, já são 11.519 focos de incêndio desde o começo do ano — quase o dobro do registrado em todo o ano passado, segundo o Inpe.
*Com informações de Daniel Rittner