Oito armas furtadas de quartel do Exército em SP são encontradas no Rio
Armamentos estavam dentro de um carro roubado no bairro de Gardênia Azul, na zona oeste da capital fluminense
Oito das 21 armas furtadas do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, foram encontradas no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (19) pelo Comando Militar do Sudeste.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), informou, por meio de suas redes sociais, que as armas estavam dentro de um carro roubado no bairro de Gardênia Azul, na zona oeste da capital fluminense.
Quero parabenizar os policiais da nossa Delegacia de Repressão a Entorpecentes que, na tarde de hoje, encontraram 8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército em Barueri, São Paulo. Quatro metralhadoras ponto 50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62 foram interceptadas pela @PCERJ. pic.twitter.com/F4JHvsCZEe
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) October 19, 2023
“Nossas investigações seguem avançando, com inteligência e aparato técnico. Nossa política de segurança atua fortemente para prender lideranças e asfixiar financeiramente as organizações criminosas. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias. O Estado não vai recuar”, acrescentou.
Em entrevista coletiva nesta quinta, o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, informou que a recuperação das armas aconteceu devido a uma ação integrada do Exército Brasileiro com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre a investigação, que segue sob sigilo, a principal linha é de que o furto tenha ocorrido com a participação de militares da corporação, mas nenhuma outra hipótese foi descartada. O órgão também não exclui a possibilidade da participação de praças, oficiais e de pessoas de fora do exército, que também poderão responder por crimes militares.
O diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, tenente-coronel Batista, será exonerado e um novo diretor será nomeado, segundo Gama. Já os militares temporários serão expulsos e os de carreira passarão por conselhos de justificação ou disciplina.
Até agora, o que se sabe da investigação é que as armas sumiram entre os dias 5 e 9 de setembro. A última vez que o depósito foi aberto foi no dia 6 daquele mês para retirada de outras armas. No dia 10, durante uma conferência é que os militares o extravio.
O general informou que 160 militares seguem aquartelados e que dezenas já receberam um formulário de apuração de transgressão disciplinar para apresentação de suas defesas. Gama afirmou ainda que o Exército considera o episódio como “inaceitável” e que está “revisando processos”.
Veja o momento em que as armas são retiradas do veículo roubado:
Relembre o caso
A informação sobre o furto veio a público no dia 10 de outubro, quando a ausência das armas foi percebida durante uma inspeção no quartel. Das 21 metralhadoras que sumiram, 13 são calibre .50 e oito do calibre 7,62 mm.
O Exército afirmou na ocasião que o material estava inoperante e que havia sido recolhido para manutenção. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o caso.
A corporação descreveu a ocorrência como “uma discrepância no controle” das armas e disse ter tomado todas as providências para investigar o caso.