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    Oito anos após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, réus são interrogados

    Dos 26 denunciados pelo MPF, 15 foram excluídos do processo criminal por decisões judiciais e não respondem mais por nenhum crime

    O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais
    O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais Foto: Rogério Alves/TV Senado

    Daniela MallmannCarolina Figueiredoda CNN Belo Horizonte e São Paulo

    O rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, que matou 19 pessoas em Mariana, completou oito anos no domingo (5).

    Um dia após, a Justiça interroga parte dos acusados no processo criminal instaurado a partir de uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 22 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas.

    O primeiro réu a ser ouvido em juízo nesta segunda-feira (6) será Germano da Silva Lopes, gerente operacional da Samarco à época do desastre.

    O então presidente da mineradora, Ricardo Vescovi de Aragão, prestará depoimento em 8 de novembro e no dia seguinte será a vez das empresas Vale e BHP Billiton. A Samarco será ouvida no dia 13 de novembro. As três mineradoras respondem por diversos crimes ambientais.

    Na denúncia proposta em outubro de 2016, o MPF acusou 21 pessoas físicas do crime de homicídio qualificado com dolo eventual pela morte de 19 pessoas que foram soterradas e carregadas pela lama que desceu da barragem da Samarco, empresa controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton.

    Posteriormente, porém, decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e do Juízo Federal em Ponte Nova (MG) trancaram a ação penal com relação a esse crime e nenhum acusado responde mais por homicídio.

    A demora na tramitação do processo – que ficou parado por cerca de três anos durante os anos da pandemia da Covid-19 – também já causou a prescrição de dois crimes ambientais: destruição de plantas de logradouros públicos e propriedades privadas alheias e destruição de florestas ou vegetação fixadora de dunas e protetoras de mangues, respectivamente, artigos 49 e 50 da Lei 9.605/98.

    As 21 testemunhas da acusação e da defesa já foram ouvidas. A primeira testemunha do MPF, ouvida em junho de 2018, foi Joaquim Pimenta de Avila, projetista da barragem.

    As últimas testemunhas da defesa foram ouvidas em setembro de 2023. Nesta segunda-feira (06) inicia-se o interrogatório de mais sete pessoas físicas e 4 jurídicas. A previsão de encerramento é no dia 13 de novembro.

    O desastre de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, matando 19 pessoas e foi a maior tragédia ambiental da história do Brasil.

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