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    Ocupação ilegal e agrotóxicos são maiores ameaças ao Cerrado, diz especialista

    Paulo Artaxo, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, afirmou à CNN que monitoramento do Inpe é fundamental para a preservação do bioma

    Juliana AlvesVinícius Tadeuda CNN , São Paulo

    Diante do fim do programa que financiava o monitoramento do Cerrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, afirmou em entrevista à CNN nesta quarta-feira que “é essencial para a sociedade que se faça um monitoramento adequado do bioma”.

    O Inpe alega que as atividades de fiscalização do bioma não serão prejudicadas e que o instituto está aguardando a liberação de verba para executar o monitoramento por mais quatro anos.

    “É importante salientar que nenhuma nação moderna pode deixar de monitorar o que está acontecendo no seu território com os seus biomas”, considerou o professor. O especialista defendeu que a retomada das verbas para o instituto é algo essencial.

    Artaxo ainda disse que o Cerrado é um dos biomas brasileiros que foi “mais desmatado e mais maltratado ao longo das últimas décadas”, e que o Brasil precisa urgentemente cuidas dos biomas presentes em seu território. De acordo com o professor, o uso excessivo de agrotóxicos e a ocupação ilegal são as principais ameças ao bioma.

    “O uso excessivo de água, o uso excessivo de defensivos agrícolas e de agrotóxicos estão fazendo com que os rios que nascem no Cerrado já nasçam envenenados com defensivos agrícolas. Isso é inaceitável para a sociedade brasileira”, afirmou o vice-presidente da SBPC.

    Segundo o professor, o monitoramento feito pelo Inpe estava sendo realizado de maneira extremamente adequada nos últimos anos, e que a preservação do Cerrado deve ser uma “meta nacional”.

    Artaxo considera que tratar das bacias hidrográficas brasileiras é algo estratégico para o agronegócio. O professor afirmou que “não há qualquer contradição entre ter uma boa produtividade agrícola e, ao mesmo tempo, preservar a manutenção dos serviços ecossistêmicos que Cerrado, Amazônia e Pantanal realizam”.

    “Se nós quisermos que o Brasil continue a ser uma potência agrícola, nós temos que preservar a Amazônia e preservar o Cerrado”, reforçou.

    O professor defendeu que, para que essa preservação seja feita da maneira correta, é fundamental continuar com o monitoramento contínuo e bem-feito realizado pelo Inpe.

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