O que se sabe sobre caso de empresária morta em cirurgia plástica

A empresária Viviane Lira Monte, de 24 anos, morreu na quinta-feira (26) em Sobral, Ceará, após complicações decorrentes de uma cirurgia plástica realizada em 31 de agosto.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Municipal de Sobral, que ouve depoimentos para entender as circunstâncias da morte. Segundo a família de Viviane, ela faria apenas dois procedimentos, mas foi convencida pelo médico a fazer outros quatro, totalizando seis cirurgias ao mesmo tempo.

Familiares expressaram indignação nas redes sociais. Em uma postagem, um parente de Viviane escreveu que ela era “uma mulher cheia de amor e alegria, e seu legado viverá em todos nós que a amamos.”

“Grande sonho”

Horas antes de realizar seis cirurgias plásticas, a empresária Viviane Lira Monte, de 24 anos, gravou um vídeo comentando sua animação para os procedimentos. “Já estou aqui prontinha para ir em busca de um grande sonho meu, uma grande realização“, disse.

Viviane morreu 22 dias após isso. Ela passou pelos seis procedimentos estéticos em um hospital de Sobral, no Ceará. Segundo o marido dela, Renan Santiago, o plano inicial era que Viviane realizasse apenas duas cirurgias, mas ela foi convencida pelo médico a fazer outros quatro procedimentos.

De acordo com ele, a mulher iria fazer a cirurgia de redução das mamas e uma lipoaspiração na barriga, mas decidiu fazer mais coisas após o médico garantir que tudo daria certo e oferecer um preço melhor. “Vai ser uma grande conquista hoje”, disse Viviane no vídeo. Veja abaixo.

Seis cirurgias

Segundo o marido, Renan Santiago, ela inicialmente planejava realizar apenas duas cirurgias, mas foi convencida pelo médico a fazer outros quatro procedimentos.

“Ela foi para diminuir a mama e fazer uma lipoaspiração na barriga. Quando voltou da consulta, disse que faria mais coisas porque o médico fez um preço melhor e garantiu que tudo daria certo”, relatou Santiago.

Pouco antes da cirurgia, Viviane gravou um vídeo em que diz que realizar as cirurgias era “um grande sonho, uma grande conquista”.

Viviane chegou a marcar consulta com outro especialista, mas desistiu. Após ser indicada por uma amiga e fazer pesquisas na internet, ela optou por realizar os procedimentos com esse médico.

Renan afirma que o especialista cobrou entre R$ 25 mil e R$ 30 mil, exigindo que o pagamento fosse feito à vista e em espécie. “Ela saiu de casa para realizar o sonho dela. O médico não quis receber por transferência bancária”, destacou.

Os procedimentos foram realizados no Hospital do Coração de Sobral, no dia 31 de julho. A cirurgia terminou por volta das 20h, e no dia seguinte, às 11h, Viviane recebeu alta.

“Já no dia da alta, ela estava muito fraca. O médico dizia ser normal, e nós acreditamos”, explicou o marido. No dia seguinte, Viviane estava à beira do desmaio, com pressão baixa.

Após ser internada, a família foi informada da gravidade de seu estado. Renan lamenta que o médico só a tenha visitado uma vez na UTI. “No primeiro dia, ele foi ver. Depois, nos abandonou. Ficava só ligando para acalmar a gente, enquanto víamos ela morrer lentamente. Foram 22 dias de sofrimento, sem uma boa notícia”, desabafou.

Viviane ficou consciente durante 21 dias e, apenas no último, quando precisou ser entubada, perdeu a consciência. “Todos os dias, ela falava conosco, com a voz muito fraca e a respiração difícil. Ela sentia que estava morrendo. No último dia, piorou muito”, contou Renan.

A CNN consultou os dados do médico em fontes públicas. Ele possui registro ativo no Conselho Federal de Medicina (CFM), com especializações em cirurgia geral e plástica. A reportagem procurou o médico, mas não teve resposta e também aguarda um posicionamento do CFM sobre o caso.

A Polícia Civil, em nota, informou que segue realizando oitivas e diligências no intuito de elucidar uma ocorrência de morte suspeita, ocorrida nessa quinta-feira (26), em Sobral, na Área Integrada de Segurança 14 (AIS 14) do Estado.

Conforme Boletim de Ocorrência (BO), registrado por familiares da vítima, uma mulher, de 24 anos, foi a óbito em decorrência de complicações de uma cirurgia plástica realizada no dia 31 de agosto deste ano. O caso é investigado pela Delegacia Municipal de Sobral, unidade da PCCE responsável pela elucidação do caso.

“Fatalidade”

O cirurgião plástico Alexandre Carvalho Colombaretti, responsável pelas cirurgias estéticas da empresária Viviane Lira Monte, de 24 anos, que faleceu no último dia 26 de setembro, 22 dias após os procedimentos, afirmou à CNN que o ocorrido foi uma “fatalidade”.

Em entrevista, Colombaretti declarou que ainda não foi convocado pela polícia para depor, mas que está à disposição da Justiça. Ele também mencionou ter acesso aos laudos sobre a morte da paciente, que, segundo ele, indicam infecção pulmonar, sem relação com a cirurgia.

“Ela já estava com sintomas de gripe e posteriormente desenvolveu pneumonia. A infecção que causou a morte não teve nenhuma ligação com a cirurgia. Na internação no CTI, foi descartada a hipótese de tromboembolismo”, explicou o cirurgião.

Em um vídeo gravado pouco antes das cirurgias, Viviane diz que realizar as plásticas era um “grande sonho, uma grande conquista.”

O médico ressaltou que aguardará os laudos finais sobre a morte, mas acredita que a paciente estava com uma gripe em estágio inicial, ainda não detectada, no momento da cirurgia, apesar de ter apresentado um laudo favorável ao risco cirúrgico.

“Ainda haverá uma investigação, mas pelo que acompanhei, foi uma fatalidade. A infecção dela não estava relacionada ao procedimento cirúrgico. Seguirei acompanhando o caso e as investigações da Polícia Civil”, afirmou Colombaretti.