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    O Grande Debate: Prisão de Sara Winter eleva tensão institucional?

    Thiago Anastácio e Gisele Soares falaram sobre a prisão da ativista nesta segunda (15)

    O Grande Debate da manhã desta segunda-feira (15) abordou a prisão da ativista Sara Winter, em uma operação realizada em Brasília, pela Polícia Federal (PF).

    O pedido de prisão foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga ações antidemocráticas, e aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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    Ela é líder do movimento chamado “300 do Brasil”, que esteve acampado em Brasília em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foi removido no fim da última semana, por determinação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

    Sara também está entre os investigados pela Polícia Federal no inquérito que apura fake news e ataques a ministros do STF, do qual Moraes é relator na Corte. No dia, 27 de maio, ela afirmou, por meio do perfil que mantém no Twitter, que os agentes da PF estiveram na casa dela.

    A mediadora da edição matinal do quadro da CNN, Carol Nogueira, questionou os Thiago Anastácio e Gisele Soares se a prisão de Sara Winter eleva a tensão institucional. 

    Anastácio disse considerar que a ativista “não é diretamente ligada ao governo, embora já tenha sido assessora da ministra Damares [Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos]”. “Então, não me parece que ela possa criar essa tensão”, avaliou.

    “Vamos nos lembrar que ela ameaçou o juiz de preside o inquérito policial contra ela e foi a responsável por fogos serem dirigidos contra o tribunal deste juiz. Então é uma questão processual e individual”, completou ele.

    Gisele criticou a conduta da ativista e pediu investigação com punição. “É uma prisão que decorre de uma série de atos que precisamos identificar se configuram crime ou se ilícitos de contravenção”, considerou. 

    Apesar disso, a advogada criticou a disposição do Supremo no caso e avaliou que “um ato isolado como o desta moça — ou de outros — não estaria sujeito ao foro privilegiado do STF, mas seria apurado pela polícia local”. “Está deslocado para o STF, porque ele chamou para si essa responsabilidade e iniciativa, que não é própria do Judiciário, e agora tem que dedicar seu tempo para essas minúcias”, completou.

    Weintraub em atos

    A mediadora colocou outro tema em pauta para os debatedores e questionou se a ida do ministro da Educação, Abraham Weintraub, à manifestação favorável ao governo neste domingo (14), em Brasília, significou uma afronta ao presidente Bolsonaro.

    De acordo com o colunista Igor Gadelha, Bolsonaro ficou “muito irritado” com a participação de Weintraub. A avaliação foi de que o titular do MEC deu motivo para que seus opositores aumentem a pressão pela sua demissão. 

    Gisele considerou que não, mas só lamentou o fato de ele não ter usado máscara — desrespeitando as recomendações de prevenção à Covid-19. “Não é uma afronta ao presidente, mas uma característica dele, que é uma pessoa bastante espontânea”, defendeu.

    “Ele tem razão quando defende as liberdades e em dizer que realmente a comunicação em tempo real é um grande desafio dos novos tempos, o que deveria, inclusive, ser o objeto primordial do [inquérito] das fake news”, avaliou.

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    Anastácio considerou que Weintraub tem “capacidade de gerar problemas para o país e [com] incapacidade de gerar coisas boas”.

    “Vocês se lembram qual é a grande atitude dele na Educação? Não? Porque não teve nenhuma”, criticou. “A única coisa que fez foi relocar dinheiro de pesquisas, gerar grandes problemas a universidades federais, ir ao Twitter e escrever em péssimo português. Ele não passaria no Enem”, acrescentou. 

    Considerações finais

    O Grande Debate: os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares
    O Grande Debate: os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares
    Foto: CNN (15.jun.2020)

    Em suas considerações finais, Gisele citou um trecho da entrevista do empresário e CEO da Consultoria N Ideias, Nizan Guanaes, no programa “O Mundo Pós-Pandemia”, da CNN.

    “Nessa semana em que abrem-se as atividades e voltamos a ocupar os espaços públicos e ter contato social, tenhamos temperança e esperança. Cuidemos muito uns dos outros e sejamos extremamente cautelosos nessa retomada para que não haja um aumento no índice de contaminação pelas pessoas, para que possamos voltar, cada vez mais um paz, para as nossas vidas”, afirmou ela. “Certamente vai ter Natal neste ano”, encerrou.

    Em complemento às afirmações de Gisele, Anastácio finalizou dizendo que o “Natal é o maior momento de comunhão para os povos ocidentais”, mas que será uma data triste para milhares de pessoas.

    O advogado disse que gosta de buscar as contradições nas pessoas, mas que, diante das declarações da colega sobre a data comemorativa, decidiu “silenciar e desejar boa sorte”.

    Ouça na íntegra:

    (Edição: Leandro Nomura)