O Grande Debate: governadores mudaram de opinião sobre isolamento?
Thiago Anastácio e Gisele Soares ainda falaram sobre Nelson Teich, a manifestação pedindo o fechamento do Legislativo e do Judiciário e mais temas
Com participação dos advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares, O Grande Debate desta terça-feira (21) coloca em pauta os planos de reabertura gradual que começaram a ser anunciados pelos estados e levanta a seguinte reflexão: os governadores mudaram de opinião sobre isolamento?
Thiago Anastácio e Gisele Soares ainda abordaram vários temas. Eles falaram sobre o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, a manifestação pedindo o fechamento do Legislativo e do Judiciário, que devem ser investigados a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, a transição da nova equipe no Ministério da Saúde, a reabertura das escolas em meio à pandemia e a resposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre “não ser coveiro” ao ser questionado sobre o número de mortos pela COVID-19.
Primeira a expor seus argumentos iniciais, a advogada afirmou que ter visto a decisão como uma demonstração de que “os governadores ouviram as ruas”. “Eles estão seguindo mais a linha da orientação que já vinha sendo adotada pelo presidente da República, então venceu a democracia, o poder soberano e a vontade do povo”, disse ela.
Em um elogio da decisão, Gisele ainda considerou que agora é o momento de definir como será feito esse relaxamento nas medidas de isolamento social. “É preciso que isso seja feito de uma forma muito criteriosa, cautelosa e planejada e com um poder de comunicação dos governadores e dos prefeitos para que a população esteja engajada”, defende.
Por outro lado, a advogada diz que o povo, agora que foi ouvido pelos governadores e prefeitos, “devem se comprometer a seguir essas orientações” para a reabertura gradual.
Thiago, por sua vez, divergiu do posicionamento e argumentou que este “é o momento de pensar, não é de agir”. “Os governos estão estruturando a forma de abrir comércio, indústria, que o empresariado volte a produzir e empreender e também para que o povo volte a trabalhar”, explica. “Eu não vejo, como a colocado pela Gisele, essa questão dos governadores e prefeitos terem olhado o povo nas ruas. Não é só uma questão de popularidade, era algo programado. O próprio ministro [Luiz Henrique] Mandetta já falava que haveria uma lenta e gradual abertura”, acrescenta.
Com isso, o advogado retorna ao argumento inicial. “Nós estamos já na segunda metade de abril. É hora de pensar num plano. Agora, vamos nos lembrar do que disse o atual ministro da Saúde, que esse plano deve ser feito, deve haver um afrouxamento dessas regras que estavam necessariamente sendo rígidas para que a abertura não gere ainda um problema maior”, pontua.
Ele exemplifica dizendo que o conflito está no risco de que “a tentativa de retomada de toda a produção brasileira cause um novo pico” de casos da COVID-19. “Uma segunda onda de contaminação poderia ser ainda mais grave para a economia brasileira e para a economia dos estados”, finaliza.
Considerações finais
Thiago Anastácio usou o momento das considerações finais para fazer crítica a Bolsonaro a partir de uma recomendação. “As minhas palavras são poucas e não tenho muito o que dizer a não ser recomendar a Gisele para o presidente, que ela faça os discursos e todas as manifestações do presidente, porque se fosse assim, a gente não teria 90% dos problemas que nós tivemos durante essa pandemia, porque 90% deles são com com base nas falas dele”, defendeu.
Gisele, por sua vez, agradeceu o advogado pelas palavras e concluiu desejando força às pessoas em tratamento ou internadas por conta do novo coronavírus. “Quero dizer para vocês que sejam fortes e sigam firmes, que isso vai passar, porque já estamos com indícios de achatamento da curva e temos luz no fim do túnel, então desejo a vocês muita saúde e uma pronta recuperação”, finalizou.