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    O Grande Debate: Bolsonaro se arriscou demais durante a pandemia?

    Gisele Soares defendeu que Bolsonaro não menosprezou o vírus e se expôs ao liderar o país; Thiago Anastácio disse que 'a resposta parece muito clara'

     

    O Grande Debate desta terça-feira (7) falou sobre a hipótese de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha sido infectado pelo novo coronavírus.

    À CNN, o mandatário confirmou, na segunda-feira (6), que estava com 38°C de febre e 96% de taxa de oxigenação no sangue, e contou que está tomando hidroxicloroquina.

    Ele já fez um teste para Covid-19 no próprio Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do esxecutivo. O resultado do exame deve sair por volta do meio-dia desta terça-feira (7).

    BREAKING NEWS: Presidente Jair Bolsonaro testa positivo para Covid-19

    Mantendo um hábito praticamente diário, Bolsonaro se encontrou com apoiadores no jardim do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, após a confirmação dos sintomas. 

    De máscara, ele declarou a apoiadores: “Eu vim do hospital agora, eu fiz uma chapa no pulmão. Está limpo o pulmão. Vou fazer o exame do Covid. Está tudo bem”.

    O Grande Debate

    O mediador da edição matinal do quadro, Rafael Colombo, trouxe as informações aos advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares e relembrou que, desde o início da pandemia – que registrou 65.487 mortes até segunda-feira (6) –, o presidente foi visto inúmeras vezes sem máscara em locais públicos e aglomerações causadas pela presença dele.

    No último sábado (4), ele foi fotografado com mais sete pessoas – todas sem máscara – em um evento em comemoração à independência dos Estados Unidos, na casa do embaixador americano no Brasil, Todd Chapman.

    Com esses exemplos, Colombo questionou se o presidente Bolsonaro correu riscos desnecessários e se expôs demais durante a pandemia.

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    Anastácio considerou que “a resposta parece muito clara”, já que Bolsonaro foi contra protocolos sanitários e orientações médicas “em razão de um ato político de não mudar de opinião”. “Desde o começo, ele insistiu que seria uma gripezinha, que a cloroquina seria a cura e continuou batendo nessa tecla e agindo como sempre agiu”, afirmou.

    “É só nós analisarmos como se comportaram os ex-ministros da Saúde – sempre de máscara e nunca se aglomerando – enquanto o presidente da República, em termos muito mais simbólicos, foi insistindo em um equívoco que não só gerou, agora, problemas para a saúde dele, mas também foi exemplo”, acrescentou o advogado, que ainda desejou “pronta recuperação” a Bolsonaro, caso o diagnóstico do novo coronavírus seja confirmado.

    Gisele defendeu que Bolsonaro não menosprezou a possibilidade de ser contaminado. “Estamos todos expostos a contaminação desse vírus, mas não podemos esquecer que ele é o presidente da República – a pessoa que está liderando a nação no combate à pandemia e não pode se isolar”, disse. 

    “Ele precisa continuar fazendo seu trabalho, assim como os demais profissionais de serviços essenciais, então há uma exposição maior daqueles que contribuem com essas atividades essenciais”, completou a advogada.

    Anastácio rebateu criticando as considerações de Gisele e acrescentou que Bolsonaro não lidera nada. “Gisele faz parecer que o combate ao vírus é uma batalha de espadas medieval, que Bolsonaro vai na frente, como um líder de batalha – sendo que nunca entrou em uma – e parece que está trocando espadadas com um gigante do outro lado”, criticou. 

    “Angela Merkel [chanceler da Alemanha] e a premiê da Nova Zelândia [Jacinda Ardern] lideraram nações. Não existe liderança de Bolsonaro. Muito pelo contrário. Existe negacionismo e compromisso com o erro. Ele não lidera nada. Ele é um negacionista desde o começo”, acrescentou.

    Gisele ironizou: “É um presidente negacionista que mandou mais de R$ 31 bilhões a estados e municípios para o combate à pandemia”.

    Anastácio interrompeu: “É a obrigação dele. O dinheiro não é dele. É para os estados”.

    Ela continuou: “Cada líder de nação adotou medidas diferentes, e temos que tomar cuidado com as comparações com países europeus, porque as dimensões territoriais do Brasil se aproximam muito mais dos Estados Unidos”, completou.

    Considerações finais

    O Grande Debate: os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares
    O Grande Debate: os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares
    Foto: CNN (7.jul.2020)

    Em suas considerações finais, Gisele voltou a defender que Bolsonaro não se expôs em excesso e fez críticas ao que considerou “falta de liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS) no momento inicial” da pandemia.

    “A OMS existe justamente para agir, liderar, trazer tranquilidade e soluções em situações extremas, e neste momento, em que houve essa necessidade, pecou neste aspecto”, acrescentando que a atenção deveria ter sido maior diante da China, que ela classificou como um país “com surtos novos, de tempos em tempos, por conta de hábitos alimentares e de higiene muito particulares”. “Eu esperava mais de um órgão mundial que é dedicado à saúde”, finalizou.

    Anastácio finalizou citando exemplos de medidas efetivas adotadas no Brasil por recomendação da OMS e criticou o uso da cloroquina influenciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. 

    “Bolsonaro colocou um militar que assinou o protocolo. Neste exato período, a OMS barra os estudos com cloroquina porque o que sabemos, até agora, é que não funciona. E o Brasil compra muitos insumos para fazer cloroquina e recebe grande quantidade dos comprimidos dos EUA”, exemplificou.

    “Mas a OMS não sabe de nada? Curiosamente todos os médicos brasileiros seguem a OMS”, criticou. A OMS foi titubeante ou tem sido seguida, e os políticos mentirosos querem desfazer da imagem dela adotando seus protocolos? Todos estão usando máscara e lavando as mãos, como diz a OMS. A OMS está errada e Jair Messias Bolsonaro é o grande médico do planeta? Vocês estão de brincadeira”, finalizou.

    (Edição: Sinara Peixoto)