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    O Grande Debate: Bolsonaro escolhe bem ou mal os ministros?

    Augusto de Arruda Botelho e Caio Coppolla debateram as escolhas ministeriais do presidente após Carlos Alberto Decotelli sair do Ministério da Educação

    Da CNN, em São Paulo

    No Grande Debate da noite desta terça-feira (30) na CNN, Caio Coppolla e Augusto de Arruda Botelho discutiram a saída de Carlos Alberto Decotelli do Ministério da Educação. Os escândalos de fraudes no currículo o derrubaram antes mesmo da posse. Durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dez ministros deixaram o governo em dois anos. O tema do debate de hoje foi: Bolsonaro escolhe bem ou mal os seus ministros?

    Segundo Augusto, a pergunta do debate permite uma resposta e uma afirmação. A resposta sobre se Bolsonaro escolhe mal os ministros, para ele, ‘é não’. Porém o advogado diz que aqueles que aceitaram participar do atual governo escolheram muito mal. Augusto afirma que Bolsonaro durante a campanha disse que iria escolher quadros técnicos para o ministério, o que segundo ele aconteceu, caso do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. A questão para ele, porém, é insistir no erro, e relembrou a trajetória do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, que no atual momento de pandemia é a mais importante pasta do governo.

    “O ministério mais importante atualmente é o da Saúde, e a gestão é ruim não por escolher mal, mas por tirar pessoas boas. Por mais que houvesse divergências de Bolsonaro com o ministro (Luiz Henrique) Mandetta, caso ele estivesse à frente da pasta, poderíamos ter uma realidade diferente da pandemia. Nelson Teich saiu depois de ser pressionado para alterar protocolo de um medicamento que se provou ineficaz. Diante de erros tão graves e reiterados, será que o Brasil aguenta tamanha incompetência?”, questionou o advogado.

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    Caio retrucou: “A resposta à pergunta do debate depende da sua perspectiva. Em análise superficial um estudante media 6 não parece ser brilhante. Mas se considerarmos que a média da classe é 4 e a outra melhor nota foi 5, ele foi bem,” afirmou, ao iniciar sua argumentação. Caio também defendeu a tese de que é preciso analisar o corpo de ministros do Brasil via análise histórica, e não em relação ao que as pessoas julgam ser o ideal. “É ilusão acreditar que a formação de um ministério é livre. Existe por trás das nomeações interesse, pressão política e afinidade com o mandatário,” disse ao argumentar que nem sempre será possível formar a equipe ideal, e listou três motivos para os quais o governo Bolsonaro deve ser elogiado por sua formação ministerial.

    “Saímos de 39 ministérios petistas, para 23 ministérios atualmente, o que mostra compromisso com o enxugamento do estado. O Centrão perdeu muito protagonismo na indicação de cargos federais, nenhum ministério está ocupado por bancadas fisiológicas. Além disso, não há em nenhum dos ministérios denúncias de corrupção. Apesar de longe do ideal, os avanços institucionais são inegáveis.”

    “Nesse governo basta pedir perdão sobre algo errado que a coisa passa, o próprio ex-juiz Sergio Moro andou perdoando denúncias feitas a membros do governo,” lembrou Augusto, que disse preferir analisar os ministérios não pelo passado, mas pelas necessidades do Brasil atualmente. “Em primeiro momento houve opção por escolhas técnicas, mas o que me salta aos olhos é reiterar no erro em certas pastas. Me chama atenção que os erros vêm por posicionamentos da ala ideológica que dão ouvidos a Olavo de Carvalho, que parece apitar muito na nomeação de órgãos de primeiro escalão. Precisamos de pessoas com vocação, e não que sejam apadrinhados a uma pessoa que mora na Virgínia.”

    (Edição: André Rigue)

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