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    O Grande Debate: Bolsonaro deve divulgar vídeo de reunião com Sergio Moro?

    Gisele Soares e Thiago Anastácio também abordaram a necessidade do lockdown, que foi citado pelo ministro da Saúde, Nelson Teich, como recomendação para regiões

    O Grande Debate da manhã desta quinta-feira (7) abordou a disputa que envolve o vídeo da reunião ministerial citada por Sergio Moro no depoimento à Polícia Federal (PF). Após acusar Jair Bolsonaro de querer interferir politicamente na PF, Moro reivindicou o vídeo como uma das provas que pretende apresentar no processo que investiga suas declarações.

    Na terça-feira (5), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 72 horas para o governo entregar a gravação. Na quarta (6), a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um pedido de reconsideração ao decano do STF para que abra mão da ordem de entrega do material.

    No quadro de hoje, o mediador do debate, Reinaldo Gottino, questionou os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares se o presidente Bolsonaro deve divulgar o vídeo e os motivos para o posicionamento. Eles divergiram sobre o tema.

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    Thiago Anastácio afirmou concordar com o ministro Celso de Mello ao dizer que “o que é de governo é de interesse público até que se chegue à exceção”. Ele ainda considerou que o vídeo deve ser divulgado porque “é complementar aos testemunhos” e “relevantíssimo para demonstrar quem está mentindo”. “Vai ser a baliza para que sejam analisados os testemunhos, não apenas de Moro, mas também dos ministros e, eventualmente ,do presidente da República. Ele é o fiel da balança”, definiu.

    Gisele Soares defendeu que a divulgação não é uma obrigação e nem extremamente necessária para o processo, mas que, caso venha a ocorrer, deve ser sigilosa, para não comprometer outros ministros que não têm relação direta com as investigações. “Não é obrigação e nem todos os processos judiciais contam com uma farta gama de provas diferentes para confirmar ou não as alegações”, avaliou. “Não ter o vídeo não impossibilita nem macula a investigação. É bom que tenha o vídeo? Sim, para que guardado o sigilo, seja analisado pelo ministro. Mas não havendo, outras provas podem ser colhidas”, acrescentou.

    Lockdown é necessário?

    Gisele Soares e Thiago Anastácio também abordaram a necessidade do lockdown – o isolamento total – para conter o avanço do número de casos e mortes no país. Na quarta (6), o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que haverá lugares para os quais vai recomendar a medida para tentar conter a transmissão do novo coronavírus.

    Até esta quinta (7), quatro estados tinham anunciado medidas mais rígidas de isolamento para algumas localidades. No Maranhão, a capital São Luís e outros municípios da região metropolitana iniciaram o lockdown na terça (5). No Pará, o isolamento total será feito na capital Belém e outras nove cidades entre esta quinta-feira (7) e 17 de maio. Com o terceiro maior número de casos do país, o Ceará terá lockdown na capital, Fortaleza, a partir da próxima sexta-feira (8). O Rio de Janeiro anunciou “lockdown parcial” na zona oeste da capital a partir desta quinta (7). 

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    Gisele Soares disse não ser contrária ao isolamento total, mas defendeu que ele deve ser adotado por localidade. “É preciso que cada governante analise qual a melhor forma de isolamento. Para mim, o que não faz sentido é que seja feito em regiões em que não há incidência de casos e não se justifica esse aprisionamento excessivo das pessoas”, avaliou.

    Thiago Anastácio destacou que tempo foi perdido em discussões sobre se a medida seria ou não necessária. “Vou partir da premissa da Gisele. Claro que não podemos pensar no lockdown em cidades onde não há nenhum caso da mesma forma como pensaríamos nos lugares de crise, mas veja o tempo que nós perdemos”, ressaltou. 

    Ouça a íntegra do quadro O Grande Debate: