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    O Grande Debate: Ao deixar o caso, Wassef tenta preservar a família Bolsonaro?

    Thiago Anastácio e Gisele Soares também falaram sobre a ida do ex-ministro Weintraub para os EUA

    O Grande Debate da manhã desta segunda-feira (22) abordou a entrevista à CNN de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, que anunciou sua saída do caso Queiroz, no qual atuava em defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

    A decisão foi consequência da prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, em uam casa de Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo, na manhã de quinta-feira (18).

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    O mediador da edição matinal do quadro da CNN, Rafael Colombo, questionou os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares se eles acreditam que, ao deixar o caso Queiroz, Frederick Wassef tenta preservar a família Bolsonaro.

    Em seus argumentos iniciais, Anastácio disse estar ‘bastante preocupado’ com a gravidade dos fatos apresentados no caso que envolve Wassef e com os reflexos destas ações no cenário jurídico brasileiro.

    “Trata-se de um dos momentos mais vergonhosos da advocacia criminal brasileira. É a primeira vez que eu vejo uma testemunha relevante, digna até de hashtag, aparecer no escritório de um advogado. Depois ainda percebemos o total desligamento destas pessoas com a realidade, todos trazendo para o ‘eu monárquico’ – querem nos prejudicar, enquanto nós estamos vendo um fio de novelo que, se puxado, trará muita coisa à tona”

    “Eu nunca pensei que veria um advogado escondendo alguém em seu escritório. E pior, depois dizendo que não sabe como a figura apareceu lá e depois entrando em contradição com as suas próprias versões”, explicou ele. 

    Gisele disse que foi ‘pega de surpresa’ quando Wassef anunciou a saída do caso. 

    “Realmente o anúncio foi muito contundente. Ontem eu assisti à entrevista ao vivo e ouvi as palavras do advogado. Deu respostas completas ao Caio Junqueira dizendo que deveria retomar à ordem cronológica dos fatos para poder explicar a situação. As colocações principais dele foram justamente as que ele afirma que não é advogado do Queiroz e, sim, de Flávio Bolsonaro.”

    “Foi, para mim, uma surpresa quando, ao final da entrevista ele disse que faria esta transferência do caso. A troca no processo é algo relativamente comum, mas chamou atenção a forma como foi feita, justamente pela justificativa. Ele se colocou nessa posição de não ser usado para prejudicar a família Bolsonaro”, disse.

    Questionado sobre a suposta omissão de informações e o quanto essa história impacta na relação entre o advogado e Jair Bolsonaro, Thiago condenou.

    “A relação entre advogado e cliente é algo que deve ser verdadeiro dos dois lados. Isso se trata de uma verdadeira barbaridade. Nós ficamos perdidos com o advogado dizendo que um dia dirá o que de fato aconteceu. Acredito que a Ordem dos Advogados deve, imediatamente, investigar esta conduta que é gravíssima”, completou.

    Gisele afirmou que “há uma confissão de uma omissão intencional” e que Wassef “teria instrumentos de procuração e seria formalmente advogado do processo”. 

    Weintraub nos EUA

    A assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC) confirmou à CNN, na manhã sábado (20), que Abraham Weintraub já está nos Estados Unidos. A exoneração do ex-ministro na pasta do governo federal só foi publicada algumas horas depois da entrada dele naquele país.

    Segundo o MEC, o destino da viagem de Weintraub é a capital norte-americana, Washington, onde ele irá se instalar para ocupar uma diretoria no Banco Mundial, por indicação de Jair Bolsonaro. 

    Questionada se a ida de Weintraub para os Estados Unidos traz mais vantagens ao próprio ex-ministro ou ao governo, Gisele afirmou que “a entrada do ministro no país, documentalvemente, foi correta, mas é necessário aproximar os fatos para uma melhor avaliação (…) Pessoas podem ter ajudado em razões distintas, mas não podemos afirmar que há uma fuga nesta história”. 

    Thiago concordou com Gisele quanto à entrada legal no país, mas afirmou que “essa história de passaporte diplomático é mais uma história vergonhosa para o país”. E continuou: “Weintraub tem todos os requisitos para o cargo no Banco Mundial, é mais um caso de pessoa que ‘cai para cima’. É preciso conhecer os fatos para realmente analisar melhor sobre a possível retardação da exoneração”, explicou. 

    Considerações finais

    Reprodução/CNN (22.jun.2020)
    O Grande Debate: os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares
    Foto: Reprodução/CNN (22.jun.2020)

    Em suas considerações finais, Gisele questionou se é justo atribuir todo cenário político ao modo de conduzir do presidente Jair Bolsonaro. “Será que é justo atribuir todo o cenário ao presidente? Será que não é papel nosso de cidadãos exigir que cada Poder haja de maneira efetiva? Todos os questionamentos devem ser feitos à todas instituições”, terminou. 

    “Acho que não é justo colocar tudo no presidente mesmo. Nós estamos nesta situação hoje pois estamos evocando líderes que ‘irão nos salvar’. Precisamos de pessoas que sejam capazes de governar pelo povo e não apenas pelo nome.”, finalizou Thiago Anastácio.

    Ouça na íntegra:

    (Edição: Sinara Peixoto)