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    O futuro tem toques de feminilidade

    A importância do ouvir e construir juntos, o poder que as mulheres possuem para inspirar o mundo a construir um futuro melhor.

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    Por Maria Laura Nicotero

    Desde cedo entendi o valor da diversidade e o poder de construir pontes entre pessoas de diferentes origens e perspectivas. Cresci em um ambiente onde a diversidade não era apenas uma palavra da moda, mas uma realidade vivida diariamente. Desenvolvi uma ligação profunda com minhas irmãs e meus pais, e essa conexão familiar me moldou de maneira significativa. Minha formação no exterior, especialmente em escolas internacionais na África, me ensinou desde cedo que as diferenças entre as pessoas são o que nos enriquece, e que respeitar o outro é essencial.

    Sempre me senti uma estrangeira onde quer que estivesse. Mas a sensação de estar fora do lugar, ao invés de me enfraquecer ou me isolar, me fortaleceu e me fez entender a importância de acolher o outro, de respeitar o diferente. Esse ponto de vista foi fundamental na minha vida profissional e pessoal. Não importa onde, sempre lutei para garantir que todos tivessem um lugar à mesa.

    Um dos maiores desafios que enfrentei como mulher, na liderança, foi a constante luta por reconhecimento e espaço. Vi mulheres ao meu redor trabalhando incansavelmente, muitas vezes mais do que os homens, para conquistar o seu lugar. Trazer o movimento “Women to Watch” para o Brasil foi uma das minhas maiores conquistas, pois acredito profundamente na importância de dar visibilidade e apoio às mulheres que fazem a diferença. Esse movimento é mais do que apenas destacar mulheres bem-sucedidas: é sobre criar oportunidades para que todas as mulheres possam brilhar.

    E é muito importante destacar que a minha jornada não foi solitária. Sempre tive ao meu lado aliados masculinos que me apoiaram e acreditaram no meu potencial, desde meu pai até meu marido. Eles foram fundamentais para que eu pudesse erguer projetos e iniciativas que hoje impactam tantas vidas.

    Acredito profundamente que o verdadeiro poder não está em impor, mas em ouvir e construir juntos. Quando olho para pessoas como Kamala Harris, vejo um futuro onde o “soft power” feminino prevalece – um poder que valoriza o diálogo, o respeito e a construção de pontes. Acredito que o mundo está pronto para essa nova forma de liderança, onde a força está na escuta e na colaboração, e não na imposição.

    O futuro, para mim, tem toques de feminilidade. Ele é construído com cuidado, com a habilidade de curar e de unir. De construir esperança. É na mesa, seja ela da nossa casa ou do trabalho, que todos os afetos devem se reunir. Essa mesa é o espaço onde todos têm voz e onde o preconceito não tem vez. É uma mesa onde a esperança é servida diariamente, e onde a transformação começa com o respeito à palavra.

    As mulheres, com seu poder suave, têm a capacidade de reconstruir pontes e de devolver o valor à palavra. Elas inspiram o mundo a acreditar novamente, a ter esperança e a construir um futuro melhor. E é com essa visão de fé que encerro esta primeira reflexão neste espaço, registrando aqui a minha crença, cheia de otimismo, de que juntos, com diversidade, inclusão e respeito, podemos transformar o mundo em um lugar melhor para todos.

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