Número de ataques e ameaças a judeus no Brasil chega a 370 casos, em 2024
Dado inédito foi divulgado para CNN pela Conib. Comunidade judaica acusa Lula de incentivar discurso de ódio, em meio a repercussões de fala do presidente sobre excessos de Israel nos ataques aos palestinos
Em 2024, já foram registradas 370 denúncias de ataques e ameaças a judeus no Brasil. Os dados inéditos, obtidos pela CNN, contabilizam casos até este domingo (18).
A informação é da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que gerencia uma plataforma na internet de monitoramento de casos e promoção de informações contra o antisemitismo.
Em janeiro, foram 191 situações e, até o momento em fevereiro, outros 179 casos. A maioria trata de xingamentos e discurso de ódio em episódios presenciais ou nas redes sociais. O pior mês, até agora, foi novembro de 2023, com 677 denúncias.
Desde outubro passado, com o início da guerra pelo Hamas, e decisões tomadas pelo governo de Israel na guerra, tem crescido as demonstrações de racismo contra os judeus, de acordo com a Conib.
Para agentes políticos e de articulação da comunidade judaica no Brasil, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudam a incentivar a onda de raiva contra Israel.
“Ele (Lula) não está sabendo medir o que pode repercutir com essa declaração dele, ao fazer isso estimula discurso de ódio”, pontuou Cláudio Lottenberg, presidente da Conib à CNN.
Mais cedo, ministros e lideranças de governo endossaram a posição de Lula chamando atenção para o número de mulheres e crianças mortas no confronto na Faixa de Gaza até agora. O Planalto reiterou que o Brasil condena os atos do Hamas mas também não compactua com o nível de resposta de Israel. “As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos”, afirmou o ministro da secretaria de comunicação da presidência, Paulo Pimenta, na rede X, antigo Twitter.