Não podemos abrir a escola do rico e a do pobre ficar fechada, diz secretário
Rossieli Soares rejeita hipótese, defendida por sindicato de estabelecimentos de ensino, que particulares sejam autorizadas a retornar antes de públicas
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares da Silva, rejeitou a possibilidade de permitir que as escolas particulares retornem às aulas presenciais antes das públicas, como desejado pelo sindicato que representa os estabelecimentos de ensino.
“Nós não vamos, aqui no estado de São Paulo, abrir para a escola do rico e ficar com a escola do pobre fechada. Essa decisão é sempre conjunta, isso é muito importante. Seja agora, seja depois, seja qual for o momento, temos que voltar juntos”, disse, em entrevista exclusiva à CNN.
Rossieli Soares argumentou que, mais do que os protocolos para a retomada, a volta às aulas também deverá levar em conta a circulação de pessoas. O secretário afirmou que o governo está ciente da situação das escolas particulares, que estão sendo afetadas por crise financeira. “Isso é uma preocupação do governo, mas não ficará à frente da saúde”, coloca.
O plano de retomada da educação foi anunciado nesta quarta-feira (24) pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Sobre a data de 8 de setembro, o secretário Rossieli Soares disse que a intenção é ter “segurança absoluta” antes da volta às aulas.
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Para que o ensino presencial seja retomado, diz, todo o estado precisará ficar na chamada “fase amarela” – a penúltima do processo de reabertura – por 28 dias consecutivos. “Se não estivermos segurança absoluta, não dá para voltar”, afirma, ressalvando que se trata “de um retorno possível, se tudo der certo”.
Questionado sobre o que o governo fará caso cidades tenham de regredir para fases anteriores após a reabertura, Soares afirmou que as exceções serão tratadas regionalmente.
O secretário também disse estar em bom estado de saúde após ter sido internado em UTI com a Covid-19.