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    “Não consegui frear”, diz motorista de caminhão que provocou acidente na Fernão Dias

    Caminhoneiro foi liberado após ser ouvido pela polícia; engavetamento matou seis pessoas em MG

    Guilherme Gamada CNN*

    O motorista de um caminhão, suspeito de provocar a colisão na rodovia Fernão Dias, na região de Igarapé (MG), foi identificado e prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (28).

    O advogado do suspeito, Alan Augusto, contou à CNN que o motorista se apresentou voluntariamente à delegacia e, em depoimento, afirmou que não conseguiu frear — o que resultou na colisão envolvendo quatro carretas e oito veículos. Ele vai aguardar a conclusão das investigações em liberdade.

    O acidente ocorreu na manhã desta segunda-feira (27), na Serra de Igarapé, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e resultou em seis óbitos. A Polícia Civil requisitou perícia no local para esclarecer as circunstâncias do engavetamento.

    Os corpos de seis vítimas foram encaminhados ao Posto Médico-Legal, na cidade de Betim, onde serão feitos os exames de necropsia. Apenas após os exames, os corpos serão liberados para que as famílias.

    No depoimento, o motorista informou que trafegava a 45 km/h na descida da serra, desviou de um caminhão-tanque e perdeu o controle da direção. O condutor alega que não tinha conhecimento das condições do trânsito no trecho onde aconteceu o acidente.

    Após a colisão, segundo a defesa do caminhoneiro, o motorista ficou atordoado e, com leves ferimentos, solicitou ajuda para chamar socorro e somente depois se dirigiu à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Igarapé, onde foi medicado e realizou exames. O motorista nega que tenha fugido do local do acidente e a defesa responsabiliza as condições da estrada pelo acidente.

    “É uma região perigosa, cheia de curvas, que estava com obras e sem a devida sinalização do trânsito”, afirma a defesa. Em nota, a Arteris, concessionária responsável administração do trecho da rodovia, informou que mantém serviços contínuos de reparos em toda a rodovia, como a que ocorreu no km 517, sempre devidamente sinalizados e segundo os padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e das leis de trânsito.

    “Obras, assim como outras situações cotidianas, entre elas excesso de veículos, acidentes e tráfego de veículos lentos, podem ocasionar filas na rodovia. Nessas situações, é fundamental a condução responsável pelos motoristas, principalmente veículos de carga, que devem respeitar a sinalização, obedecer limites de velocidade e fazer a manutenção dos caminhões”, afirma a concessionária.

    A polícia não descarta que o engavetamento tenha sido causado por falha no veículo. Outras testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias, entre elas o dono do caminhão que provocou o acidente.

    Rodovia da Morte

    O trecho da “Rodovia da Morte” foi liberado na noite desta segunda-feira. O apelido da rodovia se dá pelo alto número de colisões com vítimas na estrada. De acordo o mais recente levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Minas Gerais é o estado com mais pontos críticos para acidentes graves.

    A 37 km do local do acidente, o trecho da Rodovia Fernão Dias do 480 a 490 km ocupa a sexta posição com mais acidentes no Brasil, com 113 acidentes no primeiro semestre deste ano. O leilão da rodovia na B3 não teve propostas. A concessão previa investimentos privados de R$ 10 bilhões em 30 anos de contrato e não teve interessados.

    *Sob supervisão de Elis Franco