Mulheres podem fazer denúncias de violência em farmácias e mercados
Funcionários desses estabelecimentos são treinados para entender os sinais
A violência contra a mulher cresceu desde o início da pandemia, mas esse movimento não aparece por inteiro nos números oficiais. Embora os telefonemas para o 190 tenham aumentado 16,3%, quem liga para um serviço de ajuda não necessariamente registra o caso oficialmente, por conta do isolamento social e do medo — o que fez com que o número de registros de mulheres que sofreram violência doméstica caísse 7,4% no ano passado em relação a 2019.
Para ajudar as que sofrem em silêncio, atendentes de estabelecimentos como farmácias, mercados ou até hotéis estão sendo treinados para acionar imediatamente a Polícia Militar para socorrer as vítimas, assim que perceberem um sinal. Como nunca fecharam durante a pandemia, as farmácias se tornaram os principais locais para essas denúncias.
“A vítima coloca no papel nome, telefone e endereço. Automaticamente, os funcionários fazem o acolhimento reservado na área interna para essa vítima e, depois, a gente aciona o 190”, explica a gerente da unidade Drogasil visitada pela CNN, Elizabeth Madalena Santos Oliveira.
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“Todas aceitaram de pronto, então as 8.500 lojas foram treinadas. Todos os farmacêuticos, atendentes, para usar o protocolo. A gente teve situações de chegar mulher descalça, sem chinelo, com um shortinho e blusa simples. Ou seja, fugiu de casa num momento de descuido do agressor”, diz Sérgio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).