MP denuncia falsa enfermeira por venda e aplicação de supostas vacinas para Covid
Caso aconteceu em Minas Gerais no início de 2021 e movimentou cerca de R$ 700 mil; outras cinco pessoas também foram denunciadas
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta terça-feira (19) que apresentou denúncia contra uma mulher que se passava por enfermeira e outras cinco pessoas envolvidas na comercialização e aplicação de supostas doses de vacinas contra a Covid-19.
O caso aconteceu no início de 2021, época em que apenas idosos e profissionais de saúde estavam recebendo imunizantes contra a doença, e centenas de pessoas teriam sido vítimas do golpe.
Porém, apenas duas entraram com representação em relação ao crime de estelionato. A denúncia do MPMG foi apresentada à Justiça no dia 8 de abril de 2022 pela 12ª Promotoria de Justiça Criminal de Belo Horizonte.
De acordo com o Ministério Público, os envolvidos movimentaram cerca de R$ 700 mil e responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Além disso, também foi solicitado que as duas pessoas que realizaram a denúncia por estelionato recebam, no mínimo, R$ 2.280 e R$ 6.500, respectivamente, como reparação dos danos causados.
A denúncia explica que a mulher não tinha qualificação para exercer enfermagem, mas, mesmo assim, se passava por profissional da saúde e “preparava e aplicava substâncias por ela descritas como imunizantes contra a Covid-19, utilizando o nome do laboratório Pfizer, (…) quando, na realidade, a substância aplicada tratava-se de soro fisiológico”.
A defesa da “falsa enfermeira” afirmou à CNN que “não teve acesso à denúncia” e que se manifestará “oportunamente” no processo.
Ainda de acordo com o MPGM, ela também preenchia os cartões de vacinação das vítimas e assegurava entregar o comprovante a quem recebesse as aplicações.
A venda das supostas vacinas contra a Covid-19 eram feitas em nome da empresa Vaccinando, e a denunciada era apresentada como sua representante legal, embora não fosse.
O texto também destaca que ela passava às vítimas a própria conta bancária e também de parentes para os pagamentos, que eram feitos através de Pix, TED, depósito bancário e dinheiro em espécie.