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    MP denuncia donos de escola por tortura contra alunos em São Paulo

    Crianças eram punidas por não se comportar da forma tida como adequada, inclusive sendo amarradas em um poste

    Douglas PortoThais MagalhãesVinícius Bernardesda CNN , em São Paulo

    A 4ª Promotoria de Justiça Criminal, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), denunciou, na segunda-feira (17), o casal responsável pela escola particular Pequiá, localizada na Zona Sul da capital, por tortura contra os alunos.

    A promotora Gabriela Belloni pediu que a prisão temporária de ambos, acatada em 27 de junho, seja convertida em preventiva. Ainda solicitou o caso seja desmembrado, com a instauração de um inquérito policial para apurar a eventual participação ou omissão de funcionários da escola nos atos e outras possíveis vítimas.

    Conforme a denúncia, o casal contou com a ajuda de duas funcionárias adolescentes para punir as crianças que não comiam toda a refeição, que choravam muito ou não se comportavam da forma tida como adequada.

    Os alunos eram levados para uma sala escura, com as janelas e portas fechadas, e eram mantidos de castigo por um longo período, sem comer, beber água ou ir ao banheiro.

    “Algumas crianças choravam muito e pediam para sair ou, cansadas de ficar em pé, acabavam dormindo com as cabeças encostadas na parede, exaustas”, explica a promotora.

    Segundo Belloni, os denunciados gritavam e eram agressivos com as crianças. Eles também as amarravam em um poste no pátio da escola e as obrigava a permanecer por horas na mesma posição.

    Foram apontadas, inicialmente, dez vítimas.

    Outro lado

    Em contato com a CNN, a advogada dos acusados, Sandra Pinheiro de Freitas, afirmou que a denúncia “já era um ato esperado pela defesa, devido a toda repercussão do fato”. “Porém, mais informações a partir de agora não podem ser passadas devido ao segredo de Justiça do processo”, acrescentou.

    Entenda o caso

    O caso veio à tona depois que uma ex-professora da escola usou um celular para registrar as agressões.

    Em uma das cenas, uma criança de um ano recebe gritos para guardar brinquedos. Em outra, um garoto aparece deitado no chão por urinar na roupa. E, em uma foto, é possível ver um segundo menino amarrado com uma blusa a um poste.

    Foi essa professora que, em posse das imagens, foi à delegacia denunciar as práticas. Em entrevista à CNN, ela relatou as punições e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia como esperado pelos donos.

    “As crianças ficavam presas em quartos escuros sem poder brincar e comer o dia inteiro”, diz a professora, chamada Anny Junqueira.

    “Até em questão de xixi elas eram punidas. Teve o caso de uma criança que fazia muito e foi punida, sendo colocada em uma caixa de areia ou sentada no ralo o dia inteiro. Teve caso também de ficar o dia inteiro com as necessidades na roupa. Eram punidas por qualquer motivo”, disse ela.

    Anny declarou, ainda, que, além dos maus-tratos, os donos humilhavam as crianças com adjetivos como “mijão”, “burro”, entre outros xingamentos.

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