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    Mosca-da-carambola: especialistas alertam para proliferação da praga

    Quatro estados decretaram emergência e exportadores de frutas podem ter prejuizo de R$ 400 milhões

    Isabelle SalemeDuda Lopesda CNN , São Paulo

    O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou emergência fitossanitária para a presença descontrolada da mosca-da-carambola, um inseto de 7mm que pode devastar plantações de frutas, arrisca gerar ao Brasil um prejuízo de R$ 400 milhões por ano às exportações, segundo estimativa da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária)

    Especialistas confirmam que a praga representa um risco para a produção de frutas in natura, principalmente voltado para a exportação. A proliferação do inseto pode acarretar prejuízos econômicos diretos, com diminuição de cultivos, aumento nos custos de produção pelo emprego de medidas de controle, monitoramento e convivência com a peste e menor valor da produção, pela perda de qualidade.

    Há, ainda, os impactos indiretos, com eliminação de mercados e exigência de quarentena para exportação. Em entrevista à CNN, o professor de Entomologia da Esalq-USP, Marcoandre Savaris, destaca a importância dos cuidados com os frutos afetados “é preciso impor restrições para evitar que essa praga se espalhe para outras regiões. Além de manter a espécie monitorada na região Amazônica.”

    A emergência fitossanitária, por enquanto, está decretada em quatro estados: Amapá, Amazonas, Pará e em Roraima. A medida, publicada na segunda-feira (13) no Diário Oficial da União, vale por um ano e visa controlar o risco de a praga se espalhar por outras localidades do país.

    Para o professor da USP a primeira ação a ser tomada é evitar a circulação de frutos das regiões em estado de emergência. “Apesar de estar restrita no momento é necessário ter um cuidado muito grande em não dispersar as larvas. Com o controle biológico e a utilização de outros insetos a fiscalização sobre esses frutos fica bem mais eficiente.”

    Até agora, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na tentativa de controlar a praga, foram adotados o uso da técnica de aniquilação de machos, atrativo alimentar, pulverizações, coleta de frutos, erradicação de plantas, monitoramento e fiscalização dos pontos de entrada de mercadorias e passageiros e ações de educação fitossanitária.

    Danilo Nascimento/Embrapa/Reprodução/Arquivo

    A mosca-da-carambola e a larva não causam nenhum problema ao ser humano, Savaris afirma que esse não é um inseto que vai causar algum tipo de doença, apenas danos em frutas. E sobre o meio ambiente, implica apenas na proliferação dos frutos, gerando uma queda precoce.

    A praga ocasiona grande problema para a economia e o setor de empregos, “o interesse comercial acaca sendo afetado pela inviabilização desses frutos para a comercialização interna e externa. Além da cadeia de produção de frutas que tem muitas pessoas envolvidas”, afirma Marcoandre Savaris.

    Nativa da Indonésia, Malásia e Tailândia, a espécie foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1996, no Amapá. Ao se alimentar de um fruto, o inseto deposita larvas que se tornam hospedeiras e aceleram o processo de amadurecimento e queda do fruto já estragado.

    Além da carambola, de maior preferência, a praga também pode atacar outras frutas, como goiaba, manga, jambo, acerola e tangerina, tornando os frutos inviáveis para consumo humano e aumentando o custo da produção por causa das medidas de combate.

    Desde 2017, o MAPA estabeleceu os procedimentos para prevenção e erradicação da praga quarentenária, ou seja, que está restrita a algumas regiões do país. Até o início de 2023, a mosca-da-carambola estava restrita aos estados do Amapá, Roraima e Pará; e em março, Roraima foi declarado sob quarentena por tempo indeterminado.

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