Mortos por PMs em serviço aumentam 38% no primeiro ano da gestão Tarcísio
Dado inverte tendência de queda que vinha sendo registrada após instalação de câmeras corporais nas fardas
Aumentou em 38% o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo durante o primeiro ano da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em 2023, 353 foram mortos nas ocorrências registradas como intervenção policial envolvendo PMs em serviço. Em 2022, esse mesmo dado era de 256.
No começo deste ano, o governador afirmou que as câmeras corporais em fardas de policiais militares não são eficazes para dar segurança. A declaração foi feita em entrevista à TV Globo. Na ocasião, Tarcísio informou que cumprirá os contratos atuais dos equipamentos, mas não deve investir mais recursos na modalidade.
Segundo a execução orçamentária disponível no site da Secretaria de Fazenda, houve uma redução de 37% da verba inicialmente prevista para o programa Olho Vivo, que administra a questão das câmeras.
Em 2022, um ano após a instalação das câmeras, as mortes cometidas por policiais militares em serviço caíram para o menor patamar desde 2001. Especialistas apontam o uso das câmeras corporais como um das principais razões para a queda da letalidade policial.
Uma das marcas da gestão Tarcísio na segurança pública é a Operação Escudo, sendo deflagrada toda vez que um policial é morto no estado. A primeira dessas operações ocorreu em setembro de 2023, após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias (Rota), Patrick Bastos Reis, durante uma ação policial em Guarujá. Na ocasião, 28 pessoas foram mortas.
Até janeiro deste ano, sete operações Escudo já foram deflagradas. Conforme as autoridades, o objetivo é identificar e responsabilizar os criminosos que participaram do latrocínio.
A CNN entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para comentar o aumento das mortes, mas não houve retorno.