Mortes em confronto com a polícia crescem no Rio de Janeiro em 2021
Apesar de decisão do STF, polícias mantêm operações em favelas do estado
Entre janeiro e março deste ano, 453 pessoas morreram em ações policiais no Estado do Rio de Janeiro, 4% a mais do que as 435 vítimas no mesmo período do ano passado, quando ainda não estava em vigor a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) que restringiu as operações em favelas fluminenses.
A decisão foi tomada pelo ministro Edson Fachin no dia 5 de junho do ano passado e acabaria confirmada pelo plenário da Corte.
Dados disponíveis no site do Ministério Público do Rio revelam que, entre 14 de junho do ano passado e o último dia 13 de abril, as polícias Militar e Civil estaduais realizaram 489 ações em favelas, média de 1,6 por dia. De acordo com a decisão do STF, essas ações durante a pandemia deveriam ocorrer apenas em hipóteses “absolutamente excepcionais” e deveriam ser comunicadas ao MP.
Dados do Instituto de Segurança Pública, ligado ao governo fluminense, revelam que houve uma redução das mortes em confrontos com a polícia a partir da decisão de Fachin. Em maio do ano passado houve 130 casos; em junho 34. A tendência foi mantida nos três meses seguintes, quando ocorreram, respectivamente, 52, 51 e 54 casos.
Em outubro, porém, houve 145 mortes. Em novembro e dezembro, novas quedas, 81 e 84 casos. O balanço de 2020 revelou uma queda de 31,4% nessas mortes (1.245 no total).
Em janeiro deste ano ocorreu um novo crescimento, que seria mantido nos dois meses seguintes – 149, 147 e 157 mortes.