Moraes prorroga inquérito contra Bolsonaro por associar vacina da Covid à Aids
Ministro do STF atendeu pedido da Polícia Federal para continuar as investigações e diligências sobre o caso
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, nesta quarta-feira (31), o inquérito que apura um possível crime do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ter associado a vacina contra a Covid-19 com a Aids.
Moraes atendeu a um pedido feito pela Polícia Federal (PF) e apoiado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e prorrogou a investigação por mais 60 dias.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, nos termos solicitados pela Polícia Federal e encampados pela Procuradoria-Geral da República, prorrogo por mais 60 dias o presente inquérito”, decidiu o ministro.
A Polícia Federal pediu ao STF, neste mês, a prorrogação da investigação para que fossem finalizadas as diligências — entre elas, a oitiva de Bolsonaro ao fim da apuração. Segundo a delegada que conduz o inquérito, identificou-se “a ocorrência de manipulações e distorções dos conteúdos das publicações que serviram de base para os temas propagados pelo Presidente da República”, com base em relatórios e depoimentos de testemunhas.
Em manifestação enviada ao STF nessa segunda-feira (29), a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araujo, argumenta que as diligências pedidas pela PF com o prazo prorrogado colaboram para “melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias, notadamente com as razões e eventuais novos elementos de prova a serem apresentados pelo Presidente da República a respeito dos fatos investigados”.
O inquérito policial contra Bolsonaro foi aberto em fevereiro deste ano. A PF apura se o presidente cometeu crime de pandemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação à prática de crime. A medida atende a um processo aberto no STF em dezembro do ano passado.
A investigação diz respeito à live feita pelo presidente Bolsonaro em 21 de outubro de 2021, quando leu o que seria uma notícia de que vacinados contra Covid-19 estavam desenvolvendo a síndrome da imunidade adquirida – Aids.