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    Monique mostra arrependimento em cartas para delegado, ex-marido e Henry; leia

    CNN teve acesso às cartas, que trazem apelos para que seja ouvida novamente e perdoada, mas também relatos de saudade e arrependimento

    Pedro Duran, CNN, Rio de Janeiro

    Presa desde 8 de abril, a professora Monique Medeiros passou a escrever cartas para se comunicar com as pessoas do lado de fora. Nos últimos dias, Monique enviou cartas para a família, para o delegado do caso, para os advogados, para o ex-marido e para o próprio filho, que morreu um mês antes da prisão.

    A CNN teve acesso às cartas, que trazem apelos para que seja ouvida novamente e perdoada, mas também relatos de saudade e arrependimento.

    “Há muito a ser dito e há muito a ser esclarecido!  Sem mentiras, sem treinamentos, sem inverdades. Eu estava sendo manipulada sem perceber, todas as vezes que tentava procurar uma maneira de me desvencilhar e tentar contar a verdade, eu era impedida… E foram muitas vezes!”, diz a professora ao delegado do caso, Henrique Damasceno.

    No documento, que pode ser protocolado na delegacia nos próximos dias, ela ainda reconhece que deve ser julgada. “Não quero fugir das minhas responsabilidades, mas quero ser julgada pelo que é certo, contribuindo e fazendo todo o possível para ajudar e tudo que eu puder! Me dê mais uma chance. Eu imploro!”, diz ela.

    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.21)
    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Monique também escreveu uma mensagem ao pai de Henry, o ex-marido, Leniel Borel. O engenheiro vivia com ela e o filho até o meio do ano passado, quando eles resolveram se separar. Leniel passou a se envolver no inquérito e até contratou um advogado para ser assistente de uma futura acusação contra Monique e Jairo Souza Santos Júnior.

    Na menagem a Leniel Monique diz: “se eu pudesse voltar atrás, fazer tudo novo, para tê-lo conosco, até no fundo da casa dos meus pais, tendo uma vida simples, mas com os sorrisos dele iluminando todas as nossas manhãs, eu faria! Faria tudo diferente”.

    A professora ainda decidiu escrever para o filho. Henry Borel morreu com mais de 20 lesões no corpo, incluindo machucados do lado, na frente e atrás do crânio. Ele foi levado já sem vida a um hospital da zona Oeste do Rio na madrugada de 8 de março. A mãe nega que tenha participado de agressões ou ajudado a encobrir algo que pudesse ter levado à morte do filho. Henry faria 5 anos nesta segunda-feira (3).

    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.21)
    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    “Queria estar preparando agora sua mesa de aniversário com bolo de chocolate, suco de uva, pizza, brigadeiros e muitas coxinhas de frango (como você gostava). (…) Você sabe a mamãe que eu fui pra ti! E isso me basta, filho! O mundo pode não saber, mas você sim. Te amarei para sempre, até o fim dos meus dias. Da sua eterna e apaixonada mãe, Monique Medeiros”, diz um dos trechos da carta.

    Nessa mensagem ela pede para que a mãe, avó de Henry, deixe a carta em no altar da Igreja e reze uma missa para Henry. Monique mantinha hábitos religiosos e, na carta ao delegado, recorre a apelos nessa mesma linha.

    Isolada com Covid-19, Monique não teve acesso a um parlatório durante quase duas semanas. Esse é o ambiente em que advogados e clientes falam através de um vidro. O hospital penitenciário de Bangu, onde ela estava, não tem esse recurso. No fim da última semana, Monique voltou à penitenciária feminina de Niterói, que fica no Instituto Penal Ismael Sirieiro.

    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.21)
    Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreve novas cartas na prisão (02.Mai.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

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