Ministério da Saúde não descarta cobrança de vacinação para estrangeiros
Possibilidade de começar a exigir comprovante das duas doses contra a Covid-19 está em discussão com a Anvisa
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não descarta a possibilidade de o Brasil começar a cobrar comprovante de vacinação de estrangeiros na entrada ao país.
“A Vigilância em Saúde do Brasil é muito ativa e nós temos discutido isso com a Anvisa, dentro do próprio Ministério da Saúde com os outros Ministérios. Isso é uma ação interministerial para que se tenha mais segurança para a nossa população. Estamos estudando todos esses fatos para que se tenha mais segurança para a população brasileira. O Brasil está indo muito bem em relação a pandemia da Covid-19. Temos disponibilidade de leitos nas nossas UTIs. Então, vamos trabalhar de uma maneira harmônica para conseguir cada vez mais efetividade nessas políticas públicas”, disse Queiroga durante um evento para promover a vacinação, no Rio de Janeiro, neste sábado (20).
Durante a manhã, houve a participação de integrantes da Grêmio Recreativo Renascer de Jacarepaguá na campanha, na Cidade das Artes, na zona oeste do Rio. No entanto, a adesão da população foi baixa. Além da capital fluminense, outras cinco capitais receberam o evento: São Paulo, Manaus, Curitiba, Brasília e Salvador.
A ação tem como objetivo incentivar a imunização dos 21 milhões de brasileiros que não voltaram para completar o ciclo vacinal. A força tarefa acontece até o próximo dia 26 de novembro, em todos os 38 mil postos de vacinação do país.
Além da aplicação da 2ª dose, adultos acima de 18 anos que já completaram o esquema há pelo menos cinco meses também poderão tomar a dose de reforço. Segundo a pasta, só no mês de novembro, 12 milhões de pessoas devem tomar a terceira dose, que deve ser, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer. Na falta dessa vacina, deverá ser aplicada AstraZeneca ou Janssen.
Resultados preliminares de uma pesquisa da Universidade de Oxford encomendada pelo Ministério da Saúde indicam que há um aumento da imunidade com a combinação de vacinas diferentes. Sobre o imunizante da Janssen, Queiroga lembrou que mais doses devem chegar ao Brasil.
“A Janssen recebemos algumas doses no final do primeiro semestre, algumas de doação dos Estados Unidos e outras de antecipação das entregas das 38 milhões de doses. Essa vacina no início da aprovação pelos órgãos regulatórios era dita como dose única. Hoje nós sabemos que era necessário um reforço. Quem tomou essa vacina no final de junho, começo de julho, elas vão necessitar um reforço agora com a própria Janssen. E no futuro, cinco meses depois, vai se analisar com o andamento da pandemia, para a aplicação de uma terceira dose. Mas esse não é o problema. O nosso problema é fazer com que a solução que temos hoje (vacina) seja acessível para a população”, disse o ministro.
“Precisamos acabar com essa pandemia”
Até agora foram distribuídas mais de 360 milhões de doses contra a Covid-19 no país. Dessas, quase 300 milhões foram aplicadas. Ainda de acordo com o MS, quase 90% do público-alvo foram vacinados com a primeira dose e as duas aplicações já foram oferecidas a mais de 70% dos brasileiros elegíveis. “Ninguém aguenta mais essa pandemia então precisamos nos unir para acabar com essa pandemia”.
A vacina é importante, o fortalecimento da atenção primária. Cuidar das doenças transmissíveis que, de certa forma, foram negligenciadas, fortalecer o Sistema Único de Saúde para atender as cirurgias eletivas que foram postergadas. É um debate muito grande”, lembrou Queiroga.