Ministério da Saúde corrige em R$ 400 bi projeção para enfrentar coronavírus
Em nota, pasta diz que valor correto estimado é de R$ 10 bilhões, ante os R$ 410 bilhões informados no dia anterior por erro de digitação
O Ministério da Saúde corrigiu nesta quinta-feira (26) a projeção de gastos do governo necessários para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. O valor foi reduzido de R$ 410 bilhões para R$ 10 bilhões.
Em nota, a pasta informou que a cifra anterior, que consta em documento preliminar enviado ao Ministério da Economia para negociação de empréstimo com o Banco Mundial, foi digita incorretamente e “passou despercebida na revisão do documento”.
O ministério informou ainda que o erro foi decorrente de um erro de digitação. “O algarismo ‘4’ foi escrito por engano – deveria ser um cifrão, que fica na mesma tecla do ‘4’.”
Em razão do erro, a pasta solicitou ao Ministério da Economia a devolução do estudo para poder corrigir as projeções.
Entenda o erro
De acordo com o documento do Ministério da Saúde, finalizado na tarde de terça-feira (24) e ao qual CNN teve acesso, os custos adicionais do COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus, para o Sistema Único de Saúde (SUS) poderiam ultrapassar R$ 410 bilhões.
“Apenas os custos com internações em unidades de terapia intensiva (UTI), para o cenário de uma taxa de infecção populacional de 10%, seria de R$ 9,31 bilhões. A estimativa de gastos no cenário de 10% é semelhante ao montante anunciado pelo governo federal para o combate à pandemia, de 9,5 bilhões de reais”, destaca o texto, que não explicava a origem do valor total dos custos adicionais, maior que todo o orçamento do Ministério da Saúde para 2019 (R$ 147,43 bilhões, segundo o Portal da Transparência).
O relatório embasava uma carta-consulta, documento usado para pedir empréstimos. O governo federal solicitou US$ 100 milhões ao Banco Mundial para o enfrentamento da pandemia, que seriam disponibilizados até abril de 2020. Procurado, o Banco Mundial confirmou a solicitação, mas disse que mais detalhes deveriam ser esclarecidos pelos ministérios.