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    Minas já contabiliza 135 municípios em estado de anormalidade em razão da seca

    Maior parte dos municípios da região Norte e do Vale do Jequitinhonha estão em atenção; Sul e Sudeste do estado tem alerta para tempestade

    Renato Pereirada CNN

    O número de municípios de Minas Gerais que decretaram “estado de anormalidade por desastres relacionados à seca/estiagem já são 135, de acordo com dados da Defesa Civil do estado.

    Apesar do risco potencial de tempestade emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) incluir cidades da região Sul mineira, desde maio, municípios do Norte de Minas Gerais e do Vale do Jequitinhonha estão em alerta em razão da seca.

    A cidade incluída mais recentemente na lista é Santa Helena de Minas (a 621 quilômetros de Belo Horizonte), que entrou em estado de anomalia por conta do clima no dia 27 de setembro. Na cidade, o decreto é válido até março de 2024.

    Na última semana, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil Minas Gerais (Cedec-MG), com apoio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), realizou um evento para orientar os municípios para o enfrentamento da e temperaturas acima da média para os próximos três meses.

    O meteorologista Heriberto dos Anjos explicou que, atualmente, vivencia-se a “virada climática”, com atuação do El Niño. Com o fenômeno atmosférico, segundo o meteorologista, as precipitações tendem a reduzir na região Sudeste.

    “Mesmo que as anomalias fiquem negativas, os efeitos extremos não vão deixar de ocorrer. Esse é um grande desafio, porque as temperaturas vão continuar altas com períodos de estiagem, podendo chover, em dois dias por exemplo, a média esperada para o mês”, disse.

    O meteorologista frisou que em outubro, novembro e dezembro, as regiões Norte e Triângulo Mineiro continuarão com temperaturas mais altas, acima da média, chegando aos 38ºC.

    “Há uma grande probabilidade de ocorrência de chuvas irregulares em boa parte de Minas Gerais, com tendência de precipitações abaixo da média climatológica. Diante disso, recomendamos que os esforços de atuação preventiva sejam baseados nas normas climatológicas de chuva”, disse. “Logo na primavera, teremos aumento do calor, inclusive com possibilidade de casos significativos de queimadas devido ao tempo quente”, alertou Heriberto.

    Apesar do estado de emergência por anormalidade, dados do monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostra normalidade dos níveis das bacias do Rio Doce e São Francisco.

    Plano de Emergência Pluviométrica

    MInas Gerais já atua dentro do Plano de Emergência Pluviométrica 2023. O documento fornece informações para preparar os órgãos do Estado para o período, e os municípios para a fase de gestão dos riscos, bem como na gestão dos desastres.

    Dados do Programa Queimnadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que nos oito primeiros dias de outubro, o estado de Minas Gerais já registrou 120 focos de incêndio. O estado acumula 4.688 queimadas desde janeiro deste ano, sendo 40 deles registrados apenas nas últimas 48 horas.

    Risco de chuvas intensas

    Já o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu, na manhã desta segunda-feira (9), um alerta para risco potencial de chuvas intensas no Sul e Sudoeste do estado. O alerta é válido até esta terça-feira (10).