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    Miliciano Adriano da Nóbrega prestava serviços à cúpula do jogo do bicho, diz MP

    Adriano foi expulso da PM em 2014, por relações com o jogo do bicho

    Fabiana Lopes e Adriana Farias*

    Uma família e inúmeras mortes. Se, anos atrás, os bicheiros literalmente se matavam na disputa por territórios no Rio de Janeiro, hoje, com as áreas demarcadas, as brigas são entre parentes.

    Carnaval de 2020. O bicheiro Alcebíades Paes Garcia, conhecido como Bid, é atingido por mais de 20 tiros de fuzil quando saía dos desfiles na Marquês de Sapucaí. 

    Bid é filho de Waldemir Garcia, ou Miro, para a cúpula do jogo do bicho carioca.

    “Bid era um dos herdeiros dessa fortuna em termos de capital criminoso”, diz José Cláudio Alves, sociólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

    Miro, o patriarca, morreu em 2004, de infecção pulmonar. O espólio da família Paes Garcia está avaliado em cerca de R$ 25 milhões, de acordo com a polícia.

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    Desde a morte de Miro, assassinatos e tentativas de homicídio marcam a disputa de pessoas dos Paes Garcia pela herança do bicheiro. “É uma família problemática, até hoje estão em disputa pelos pontos, há uma série de homicídios ainda não esclarecidos”, afirma Antonio Lima Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoas.

    Antes de Bid ser executado, outros três integrantes da família Paes Garcia foram assassinados. E a neta de Miro, Shanna Garcia, escapou de um atentado em 2019.

    Investigações exclusivas do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro, apontam relações íntimas da família Paes Garcia com as milícias cariocas.

    “O histórico do capitão Adriano, ele começa ligado à contravenção e à família Garcia”, diz Simone Sibilio, coordenadora do Gaeco.

    Ela se refere ao ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, miliciano que, segundo as autoridades, seria o fundador do chamado Escritório do Crime, no Rio de Janeiro.

    Adriano da Nóbrega foi expulso da PM em 2014, por relações com o jogo do bicho. Segundo a polícia, ele teria envolvimento nas mortes da família Paes Garcia.

    “Por conta dessa fama almejada nas unidades policiais, eles foram cooptados pela contravenção nos mesmos moldes que os agentes da repressão no passado”, afirma o repórter e escritor Chico Otavio.

    Adriano da Nóbrega foi morto em fevereiro de 2020, durante uma operação policial na Bahia.

    A polícia ainda investiga a execução de Bid, herdeiro do bicheiro Miro, morto no carnaval deste ano.    

    * Da DOC. Films, especial para a CNN Brasil

     

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