Mestre de jiu-jitsu que propôs “força-tarefa” em Copacabana presta depoimento
À polícia, professor negou ter estimulado a violência e afirmou que não se pode "fazer justiça com as próprias mãos"
O professor de educação física e mestre de jiu-jitsu Fernando Pinduka prestou depoimento nesta sexta-feira (8), na 12ª DP, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele foi dar esclarecimentos após fazer uma publicação convocando moradores do bairro a irem para às ruas para, supostamente, combater a criminalidade no bairro.
“Nós não podemos ficar vulneráveis. Fui chamado pra esclarecer a minha indignação que foi colocada nas redes sociais e as palavras foram deturpadas por oportunistas. Estão dizendo que eu estava querendo bater nas pessoas, não é nada disso. Sou um educador, mestre, sou pela paz. A polícia que tem que tomar conta, tomar as rédeas dessa ação aí para proteger o bairro. Você não pode fazer justiça com as próprias mãos, tem que entregar ao poder público”, afirmou Pinduka na saída da delegacia.
Em publicação realizada no início da semana, Pinduka havia dito que “seria fantástico um engajamento de academias e lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana”.
“Moradores e transeuntes andam desprotegidos nas ruas. Estou com a intenção de organizar uma possível força-tarefa para neutralizar esses meliantes em defesa da tranquilidade do bairro”, completou.
Além dele, William Correia, que está sendo chamado de “Xerife de Copacabana”, prestou depoimento nesta tarde. Ele publicou um vídeo nas redes sociais convocando a população para combater a violência nas ruas de Copacabana.
“E aí, rapaziada de Copacabana, qual vai ser? Vamos deixar os caras fazer o que querem aqui no nosso bairro mesmo? Cadê a nossa rapaziada de 2015 que botou esses caras pra correr? E aí? Vai esperar ser o nosso pai, o nosso avô, teu pai, alguém da tua família? Tomar um soco na cara e ficar por isso mesmo, ninguém fazer nada?”, afirmou em um trecho.
Depois de circularem imagens que flagraram possíveis ações dos “Justiceiros da Zona Sul”, William emitiu uma nota dizendo que não tem relação com o grupo.
Moradores de Copacabana se reúnem em frente à delegacia onde ocorrem os depoimentos e realizam um protesto contra a violência.