Mercados monitoram Biden na Europa; no Brasil, dólar em R$ 4,80 é destaque
Em evento no território europeu, novas sanções econômicas contra a Rússia devem ser anunciadas
Os mercados operam nesta quinta-feira (24) de olho na passagem do presidente americano, Joe Biden, pela Europa, e no dólar batendo R$ 4,80 no Brasil.
Começando pelo exterior, os índices futuros americanos subiam nesta manhã, recuperando parte das perdas de quarta-feira (23). No entanto, o clima de cautela continua, principalmente com o temor sobre uso de armas químicas na guerra da Ucrânia.
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse que vai enviar mais grupos de batalhas às linhas de defesa no Leste Europeu e prometeu ajudar a Ucrânia se a Rússia decidir usar armas de destruição em massa. O secretário-geral da Otan disse que “qualquer uso de armas químicas mudaria totalmente a natureza do conflito”.
Nesta quinta-feira (24), as atenções estão voltadas para a reunião do Conselho Europeu, com a participação do presidente dos EUA. No evento, novas sanções econômicas contra a Rússia devem ser anunciadas.
A União Europeia disse que pretende endurecer as sanções, mas as medidas não devem incluir embargo ao petróleo, por conta da dependência energética que os europeus têm da Rússia. Segundo a Bloomberg, Europa e Estados Unidos estão próximos de um acordo para buscar fontes alternativas e reduzir essa dependência.
O presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que o que ele chamou de “nações hostis” paguem pelo gás russo em rublos, para alavancar o mercado de energia a seu favor. A medida levou a uma valorização do rublo frente ao dólar e à alta do petróleo, que fechou acima de US$ 120. O petróleo é um ativo buscado por investidores para manter o poder de compra quando o dólar cai.
Na Europa, as bolsas sobem, seguindo o movimento de recuperação global e impulsionadas por PMIS, índices de atividade. A bolsa russa voltou a operar parcialmente depois de quase um mês fechada e abriu em alta de 8%. Enquanto isso, na Ásia, os índices fecharam em queda, refletindo a baixa de quarta (23).
Economia brasileira
No Brasil, a alta das commodities e os juros altos continuam atraindo investimentos estrangeiros. Só em março, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em quase R$ 21 bilhões e, no ano, em mais de R$ 83 bilhões.
O petróleo em alta ajudou a trazer ainda mais dólares para o país, com investidores buscando commodities. Com isso, a moeda fechou em R$ 4,84, atingindo a mínima desde março de 2020, no começo da pandemia.
Especialistas acreditam que há mais espaço para queda por conta da tensão na Ucrânia mantendo o fluxo para commodities.
O relatório trimestral de inflação saiu nesta quinta-feira (24). O Banco Central manteve a previsão de crescimento de 1% em 2022, e divulgou dois cenários para a inflação.
O primeiro prevê o petróleo acima de US$ 118 até 2023, com inflação chegando a 7,1% neste ano e 3,4% no ano que vem. O outro cenário, mais provável, prevê que o petróleo fique em US$ 100 em 2022, desta forma a inflação ficaria em 6,3% neste ano e 3,1% em 2023.
Nos dois casos, a inflação fica acima da meta neste ano. No primeiro, há 97% de chance de estouro da meta e, no segundo, de 88%.
Agenda do dia
Nesta quinta-feira (24), às 15h, serão divulgados dados de dívida pública e acontece a reunião do Conselho Monetário Nacional. Às 9h30, ocorrem os pedidos de seguro-desemprego semanais.