Mercados digerem alta de juros no Brasil e nos EUA; no país, IBC-Br é destaque
Banco central americano - elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mas no comunicado mostrou uma postura mais dura
A quinta-feira começou com os mercados digerindo as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, e monitorando a guerra na Ucrânia e os estímulos econômicos na China.
Começando pelo exterior, os futuros americanos operam em queda. Na quarta (16), os índices subiram refletindo os estímulos anunciados pelo governo chinês. A avaliação de que Xi Jinping não vai deixar a economia esfriar em meio aos novos lockdowns se sobrepôs ao tom mais duro do banco central americano.
As bolsas também subiram ontem com as falas de líderes da Ucrânia e Rússia que trouxeram alguma esperança sobre um acordo entre as partes.
Nesta manhã, o mercado americano ainda tinha os juros no foco. Como esperado, o Fed – banco central americano – elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mas no comunicado mostrou uma postura mais dura.
Analistas avaliaram que o presidente do Fed mostrou que está mais preocupado em conter inflação do que com atividade econômica, que segundo ele está forte o suficiente para aguentar o aumento de juros.
O mercado também interpretou que o Fed deixou claro que o centro das preocupações passou de conter os impactos da pandemia na economia para conter os impactos da inflação provocados pela guerra da Ucrânia.
Na Ásia, as bolsas fecharam em forte alta, com os estímulos do governo e notícias positivas sobre regulação de empresas chinesas nos Estados Unidos.
Na Europa, as bolsas abriram em alta, seguindo a Ásia, mas operam entre ganhos e perdas, seguindo o mercado americano e com a divulgação do CPI e a inflação ao consumidor, que acelerou 5,9% em fevereiro, um recorde.
Brasil
No Brasil, vale ressalar que, na véspera, o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic – a taxa básica de juros – em um ponto percentual, para 11,75% ao ano, como era esperado.
No comunicado, o Banco Central indicou que deve promover outra alta de mais um ponto percentual na próxima reunião, em maio, mas sinalizou que altas maiores podem vir diante das incertezas do atual cenário. Analistas de mercado avaliam que o BC quis deixar a porta aberta, caso a guerra na Ucrânia agrave o cenário de inflação.
No geral, ainda que a alta de um ponto fosse esperada, o mercado achou o tom do comunicado um pouco mais duro em relação ao que vem pela frente. Conforme destaca a corretora Nova Futura, o dólar deve cair nesta quinta (17), refletindo as chances de a Selic chegar a passar dos 13% ao ano.
Na política, o governo segue discutindo subsidio à gasolina. As conversas do momento citam a possibilidade de um subsidio pra categorias específicas, como taxistas.
A pressão sobre o presidente da Petrobras continua.
Índices
O Ibovespa futuro cai 0,21% com 112.004 pontos. O dólar cai 0,21% sendo cotado a R$ 5,08 e S&P futuro tem queda de 0,40%.
Agenda do Dia
O banco central divulgou pela manhã a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), que caiu 0,99% em janeiro. A queda é maior que a expectativa do mercado, que previa 0,25%.
Nesta manhã, o Ministério da Economia diminuiu a projeção de PIB para 2022 de 2,1% para 1,5%.
A temporada de balanços segue, com destaque para construtoras, B3, CPFL e Renner.
No exterior, o banco da Inglaterra subiu os juros pela terceira vez para 0,75% como era esperado, citando incerteza sobre o futuro.
Nos Estados Unidos, são divulgados os dados de seguro desemprego.