Mercado monitora corredores humanitários da Ucrânia; combustíveis são foco no Brasil
Mercado acompanham operação nos corredores humanitários sob um cessar-fogo como sinal do tudo ou nada de Putin
Gestores do mundo todo têm a mesma lista de premissas para montar um cenário minimamente crível. A primeira delas é sobre a escalada militar russa na Ucrânia – que dá a noção do tempo da crise. A última, sobre como vão reagir os bancos centrais – que dá a noção do custo da guerra.
A decisão dos Estados Unidos e Reino Unido de banirem importações de petróleo e gás da Rússia foi um recado veemente sobre disposição dos aliados do ocidente em enfrentar Putin sem tanques e mísseis.
Em represália, o governo da Rússia anunciou bloqueio na exportação de matérias primas, mas só vai dar mais detalhes amanhã.
Na Ásia, que estava fechada no momento da fala de Joe Biden, a quarta-feira (9) terminou com mercados em baixa. Na Europa, depois de três dias de fortes perdas, as bolsas sobem sem sinal de cautela.
Os futuros de Nova Iorque seguem o embalo, todos ancorados na expectativa de uma negociação entre os dois lados, mesmo com o risco do conflito piorar antes de melhorar, seguir alto.
O mercado acompanha a operação nos corredores humanitários sob um cessar-fogo como sinal do tudo ou nada de Putin. Outro sinal veio há pouco, pela porta-voz das relações exteriores da Rússia.
Maria Zakarova disse que os objetivos de Moscou não incluem derrubar Zelensky e que espera alcançar progressos significativos na próxima rodada de negociações com a Ucrânia.
Enquanto isso, cresce a lista de grandes empresas que estão saindo da Rússia, com adesão da Heineken e das chamadas big four das consultorias: Deloitte, EY, KPMG e Price.
Brasil
Aqui no Brasil, o governo continua buscando uma saída para barrar alta nos preços dos combustíveis.
O Ministro Paulo Guedes disse para “esquecerem esse troço” de congelamento de preços.
O Senado pretende votar hoje os dois projetos que preveem mudanças no ICMS sobre combustíveis e a criação de um fundo estabilizador.
A proposta da adoção de um subsídio temporário ganha força.
Às 11 horas, tem nova reunião prevista entre presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes, Bento Albuquerque e Roberto Campos Neto. Hoje começa o período de silêncio adotado pelo Banco Central (BC) a uma semana do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
O mercado já tinha achado estranho o nome de Campos Neto aparecer na previsão dos encontros. as agendas oficiais têm o mesmo horário com Bolsonaro. Na do presidente do BC aparece “tratar de assuntos governamentais”, o que chamou atenção de muitos analistas.
As apostas para decisão do Copom subiram de 1 ponto para 1,25 ponto percentual. A mudança foi consequência da onda de revisões para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano por causa do choque nos preços das commodities.
O outro lado da moeda, a atividade econômica, dá sinais de fraqueza. A produção industrial de janeiro caiu 2,4% segundo o IBGE. Este é o primeiro dado oficial de 2022.
Índices
O Ibovespa futuro sobe 0,77% com 113.250 pontos. O dólar cai 0,47% sendo cotado a R$ 5,02 e o S&P futuro sobe 1,69%.
Agenda do Dia
No Brasil, temos a solução para os combustíveis e a divulgação dos balanços da Natura, Via e CSN depois do fechamento do mercado.
No exterior, a expectativa para mais sinais de negociação entre Rússia e Ucrânia e divulgação dos estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos.