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    Mercado de carbono pode render US$ 100 bilhões ao Brasil, diz entidade empresarial

    Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil, afirma que para atingir esta meta será necessária a junção de empresas públicas e privadas na adequação de tecnologias

    O Brasil tem a capacidade de ofertar créditos de carbono (27.set.2021)
    O Brasil tem a capacidade de ofertar créditos de carbono (27.set.2021) Reprodução / CNN

    Produzido por Layane SerranoCamila Neumamda CNN

    São Paulo

    O mercado de carbono pode trazer receitas de até US$ 100 bilhões ao Brasil, segundo um estudo do ICC Brasil, braço da International Chamber of Commerce no país. Mas para que isso aconteça, as empresas públicas e privadas precisam se unir e adequar suas tecnologias para entrar neste mercado, segundo Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil à CNN Brasil.

    O dado vem de um estudo recente feito pelo ICC Brasil, que fez uma projeção sobre o mercado de carbono no Brasil. Para Dorlhiac, para que o Brasil atinja este resultado que ela julga “muito positivo” é importante apostar em um mercado nacional, seguindo normas internacionais.

    “O que precisa para que o mercado de carbono se torne realidade no Brasil? Duas coisas muito concretas: uma é que o Brasil estabeleça um mercado de carbono nacional, com governança clara, com metodologia aceita pelo mercado internacional. A segunda: uma educação do setor privado do que é o credito de carbono e como as empresas podem ser emissoras destes créditos, que modificações teriam que fazer para que elas façam parte deste novo grande mercado, que se espera ser criado na COP26, com a aprovação do artigo 6, que cria o mercado de carbono global”.

    Segundo Dorlhiac, as empresas brasileiras demonstram comprometimento com uma agenda verde e para que elas consigam adotar o que pretendem precisam unir forças entre setores.

    “As empresas brasileiras hoje fazem muito além do que a lei já pede. O que é interessante observamos é que para impulsionar ainda mais a redução de emissões, adoção de tecnologias e de fontes de energia limpa, você vai precisar de uma alinhamento muito maior do setor privado com políticas públicas que incentivem essas adaptações que o setor privado vai ter que fazer”, afirmou.

    Para a executiva, a reforma tributária pode ajudar neste processo.

    “Um fato importante: a reforma tributária pode ser um incentivador muito grande para que as empresas passem a adotar tecnologias mais verdes. É um casamento que deve testar muito bem alinhado, com o governo disposto a escutar o setor privado e vice-versa. Um não vai conseguir alcançar os objetivos sem o outro”.

    Recuperação da credibilidade

    Os anúncios realizados pelo Brasil na COP26 demonstraram um alinhamento do governo com a agenda verde, segundo a executiva. O Brasil anunciou no primeiro dia da COP26 que pretende reduzir em até 50% as emissões de gases estufa até 2030. O Brasil também anunciou a intenção de diminuir a emissão de gás metano.

    Uma declaração assinada por 105 países, incluindo o Brasil, selou o comprometimento por ações coletivas para deter e reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030.

    Ao mesmo tempo, o documento destacou o acordo para o desenvolvimento sustentável e a promoção de transformações rurais que sejam inclusivas.

    “Temos conversado muito com o governo, como setor privado, e a COP é um momento de negociação e de recuperação de credibilidade do Brasil, que foi muito cobrado pelo desmatamento da Amazônia, corretamente, e esse é o momento de o Brasil demonstrar que estamos fazendo as políticas, o que vai ser discurso e o progresso completo”.