Mensagens indicam que criminosos sabiam de megaoperação da PM no Rio
Em grupos de WhatsApp, suspeitos orquestraram formas de barrar o acesso dos policiais nas comunidades alvos da operação
Mensagens que circulam nas redes sociais, mostram suspeitos planejando formas de impedir o acesso da polícia às comunidades que foram alvos de uma megaoperação da PM, nesta terça-feira (27/02), no Rio de Janeiro.
Em uma das mensagens, compartilhadas na noite de segunda-feira (26/02), em grupos de WhatsApp, um suspeito escreve:
— Óleo mais tarde, assim que a madruga começar. Quem tem carro já fica atento. Quem tem moto, cuidado nas ladeiras. Vai olhando atentamente.
De acordo com fontes ouvidas pela CNN, o óleo é jogado nas ruas para torná-las escorregadias e dificultar a entrada dos blindados utilizados pelas forças de segurança.
Em outra mensagem obtida pela CNN, os suspeitos afirmam serem fortes os indícios de operação na região.
“Galera está rolando um boato de operação amanhã, atividade em quem estiver na pista. Total 4 ‘blindado’ ‘entro’ para o batalhão do Bope”, diz a mensagem, enviada por WhatsApp pouco depois das 23h de segunda-feira.
No começo da manhã desta terça-feira (27), as polícias Militar e Civil realizaram uma megaoperação contra integrantes da maior facção do Rio de Janeiro. A ação aconteceu em 11 comunidades do Rio, entre elas os Complexos da Penha, do Alemão e da Maré, na zona norte da capital.
Durante a ação, sete suspeitos foram mortos e outros quatro foram baleados. No Complexo da Penha, dois policiais militares ficaram feridos sem gravidade. Segundo a PM, foram apreendidos ao menos cinco fuzis, três pistolas, munições e drogas.
Durante coletiva de imprensa, o secretário de Polícia Militar negou o vazamento da operação.
“Fizemos uma grande mobilização de efetivo durante toda a madrugada e toda a noite. É normal que o monitoramento aconteça. Não houve vazamento, inclusive pelo intenso confronto que tivemos”, disse Cel Luiz Henrique Marinho Pires.
Em nota, a PM afirmou que o planejamento operacional aconteceu sigilosamente e que não houve fuga em massa.
— O nível de resistência armada apresentado indica que boa parte dos grupos criminosos foi alcançada em seu terreno de atuação, o que reflete que não houve uma fuga coletiva orquestrada.
Nota – PM do Rio de Janeiro
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que um conjunto de ações dessa amplitude envolve um número de equipes e efetivo de centenas de policiais, que precisam ser mobilizados de maneira prévia e estratégica.
O nível de resistência armada apresentado indica que boa parte dos grupos criminosos foi alcançada em seu terreno de atuação, o que reflete que não houve uma fuga coletiva orquestrada.
O comando da corporação trabalha sempre para que o planejamento operacional nesse contexto ocorra de maneira sigilosa e efetiva, num conjunto de esforços que levem à captura dos alvos pré-definidos.