Médicos assassinados no RJ: Procurador diz à CNN que federalização da investigação é “inoportuna”
Luciano Mattos afirmou que a morte de três médicos na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta-feira (5), tem todos os indicativos de uma execução
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, disse em entrevista à CNN que a federalização da investigação da morte de três médicos no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (5), seria “inoportuna”.
“O Ministério Público e o Poder Judiciário do Rio de Janeiro têm condições [de concluir a investigação]”, avaliou.
Os médicos ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim morreram — e um quarto ficou ferido — após serem baleados em um quiosque na avenida da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Diego era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
“Tudo indica que foi uma execução”
De acordo com o procurador-geral, “as imagens e todo o relato inicial indicam que houve uma execução”. Ele classificou o crime como “bárbaro”.
Horas após o ocorrido, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que há “duas ou três” linhas de investigação policial sobre o fato. As polícias Civil do Rio de Janeiro, de São Paulo e a Polícia Federal trabalham em conjunto na apuração.
Luciano disse que a hora é de “somar entre as instituições para um trabalho colaborativo”, mas refutou a necessidade de uma federalização da investigação.
A respeito de um dos médicos mortos ser irmão da deputada Sâmia Bomfim, o procurador afirmou que, num crime desta natureza, é dever das autoridades ouvir os familiares das vítimas.
Em publicação em uma rede social, a parlamentar disse que a família está “destroçada” e pediu seriedade na investigação do assassinato. Ela é casada com o também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).
O procurador ressaltou que “nenhuma linha de investigação deve ser descartada” no caso.
O que sabemos sobre o crime
Três médicos ortopedistas morreram – e um ficou ferido – após serem baleados na avenida da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ao menos 33 tiros foram disparados no ataque, conforme a CNN apurou.
Os quatro foram socorridos por bombeiros. Além dos três mortos no local, um outro médico está internado.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) informou que policiais do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram chamados para atender a uma ocorrência de homicídio na Avenida Lúcio Costa, na praia do bairro. Chegando lá, encontraram as quatro vítimas baleadas.
O grupo estava no Rio de Janeiro para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, evento internacional com apoio da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, entidade que os médicos faziam parte.
A informação foi confirmada à CNN pela própria associação.
A PCRJ investiga o caminho percorrido pelo carro dos criminosos e avalia se aconteceu alguma coisa no deslocamento do grupo de São Paulo para o Rio. A princípio, os primeiros indícios apontam para uma execução.
Veja fotos do quiosque onde os médicos foram assassinados
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