Médico assassinado que pode ter sido confundido com miliciano visitava o RJ pela 1ª vez, diz cunhado
Perseu Ribeiro Almeida foi descrito como "uma pessoa alegre, especial, carismática e pai de família"
Perseu Ribeiro Almeida, um dos médicos assassinados na madrugada desta quinta-feira (5) no Rio de Janeiro, visitava a capital fluminense pela primeira vez. Além disso, ele havia completado 33 anos na última terça-feira (3).
As informações foram passadas por Hugo Dantas, cunhado de Almeida, na tarde desta quinta a repórteres. Ele pontuou que o médico era “uma pessoa alegre, especial, uma pessoa carismática. Enfim, um pai de família”.
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Segundo essa hipótese, a execução encomendada seria a de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes da milícia que atua na zona oeste do Rio.
Dantas explicou que Perseu Almeida foi ao Rio de Janeiro para se especializar na profissão. Ele e outros médicos estavam na cidade para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.
“Uma grande fatalidade. A gente espera que o crime seja investigado e que os responsáveis sejam punidos, porque esse tipo de violência, realmente, ninguém aguenta”, disse o familiar.
O corpo de Perseu Ribeiro Almeida será sepultado na cidade de Ipiaú, no interior da Bahia. A família informou que o funeral está previsto para acontecer no sábado (7).
Almeida era “querido por todos” e “não tinha inimigos”
Ainda de acordo com o cunhado, Almeida era uma pessoa “querida por todos” e que não tinha inimigos. Ele era casado e tinha um filho, de 11 anos, e uma filha, de 3 anos.
O médico nasceu em Ipiaú (BA) e estudou em Salvador. Entretanto, retornou para o interior do estado para ficar próximo da família, segundo Dantas. Atualmente, ele morava em Jequié, no interior baiano.
Na terça-feira (3), foi feita uma festa de aniversário para Perseu em Jequié. Hugo Dantas disse aos repórteres que ligou para o médico nesse dia para parabenizá-lo e que Almeida estava “muito feliz”.
Entenda o caso
Três médicos ortopedistas, incluindo o irmão de Sâmia Bomfim, foram assassinados em um ataque a tiros na avenida da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (5). Uma quarta vítima ficou ferida e está internada.
Os quatro foram socorridos por bombeiros, mas três deles morreram no local. Um outro médico está internado.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) informou que policiais do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram chamados para atender a uma ocorrência de homicídio na Avenida Lúcio Costa, na praia do bairro. Chegando lá, encontraram as quatro vítimas baleadas.
O grupo estava na cidade para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, evento internacional com apoio da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, entidade que os médicos faziam parte.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o caminho percorrido pelo carro dos criminosos e avalia se aconteceu alguma coisa no deslocamento do grupo de São Paulo para o Rio. A princípio, os primeiros indícios apontam para uma execução.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN