MEC defende responsabilização de estudantes que simularam masturbação em jogo universitário em SP
Ministro afirma que episódio foi repugnante; universidade privada informou ao governo que expulsou estudantes
O ministro da Educação, Camilo Santana, classificou como repugnante a atitude dos alunos que ficaram pelados e simularam masturbação durante uma partida de vôlei feminino, em São Carlos, no interior de São Paulo.
Durante evento em São Paulo, nesta terça-feira (19), Santana afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou preocupação para responsabilizar os envolvidos. Vídeos da situação viralizaram no último fim de semana.
“Não sei como passou tanto tempo para se tornar público esse fato, que aconteceu em abril. Inclusive, o presidente me ligou de Nova York preocupado com esse episódio. Estamos tomando medidas cabíveis. Apesar da universidade tomar decisão de expulsá-los, eles devem ser responsabilizados. Não podemos imaginar um jovem com esse tipo de atitude, principalmente jovem que pretende ser médico nesse país”, disse durante encontro de jornalistas, no 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação.
Apesar da instituição onde a atitude dos estudante aconteceu ser privada, o MEC tem papel de regular todo o ensino brasileiro. Por isso, o ministério notificou a instituição. Segundo Camilo Santana, a universidade respondeu que seis alunos foram expulsos.
Ensino Médio
Durante o encontro, Camilo Santana informou que neste mês o governo irá encaminhar para o Congresso um projeto de lei que estabelece uma bolsa poupança para jovens estudantes. O valor ainda não está definido. “A ideia é que não perca nenhum aluno. Essa bolsa é política de estímulo aos jovens”, defendeu. A proposta condicionaria o pagamento de uma bolsa à permanência dos alunos no Ensino Médio.
Outras medidas na área de Educação são esperadas para este semestre. De acordo com o ministro, no retorno de Lula ao Brasil, a pasta dará encaminhamento à proposta sobre o novo ensino médio. Santana afirmou que o texto está pronto e prevê o retorno 2 mil 400 horas da base comum curricular com opção do ensino técnico.
Há meses, o MEC tem prometido o envio desse projeto ao Congresso. Com base em consulta pública, o governo identificou que 80% dos jovens entrevistados querem o ensino técnico profissionalizante.
Por outro lado, o ministro afirmou que o governo não irá mexer nas regras do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), até 2024. A discussão ficará para o próximo Programa Nacional de Educação (PNE).