Massacre do Carandiru: Justiça extingue penas de policiais condenados
Decisão foi tomada após o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que perdoou as penas impostas aos réus
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) extinguiu neste mês todas as penas dos 74 policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru, ocorrido na capital paulista em 2 de outubro de 1992.
A decisão foi tomada após o indulto concedido pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022, que perdoou as penas impostas aos réus. O massacre deixou 111 detentos mortos durante uma rebelião no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo.
O caso, que marcou a história do sistema prisional brasileiro, resultou na condenação dos policiais militares em júri popular, com penas que variavam de 48 a 632 anos de prisão.
No entanto, o indulto presidencial, que já havia sido considerado constitucional em agosto pelo TJ-SP, agora foi reafirmado oficialmente, extinguindo de vez as punições dos envolvidos.
Entenda o caso do Massacre do Carandiru
A operação policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 da Casa de Detenção, no dia 2 de outubro de 1992, deixou 111 detentos mortos e ficou conhecida como Massacre do Carandiru.
Seis julgamentos ocorreram desde então. No primeiro julgamento, em 2001, o coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a operação, foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 prisioneiros do complexo penitenciário.
Os demais julgamentos ocorreram em 2013 e 2014. Por ser um processo que envolvia grande número de vítimas e de réus, o julgamento foi desmembrado em quatro partes e, ao fim das quais, 74 policiais foram condenados pelas 111 mortes a penas que variavam de 48 a 624 anos de prisão.
O que aconteceu com a Casa de Detenção
A Casa de Detenção foi desativada em 2002. A decisão ocorreu após uma rebelião, ocorrida no ano anterior, em 29 unidades prisionais do estado de São Paulo. Ainda em 2002, três pavilhões do Carandiru foram implodidos.
Outros dois dos quatro pavilhões que restaram foram implodidos em 2005. A área onde a penitenciária funcionava deu lugar ao Parque da Juventude.
Nos dois pavilhões que ficaram de pé, atualmente funcionam a Escola Técnica Estadual (Etec) de Artes e a Etec Parque da Juventude.
* Sob supervisão