Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mais de 301 escolas municipais retornam às aulas presenciais no Rio de Janeiro

    Outras 63 unidades têm previsão de reabertura para amanhã (22)

    Retomada às aulas presenciais na Escola Municipal Marília de Dirceu, em Ipanema, no Rio de Janeiro, em 21/04/2021
    Retomada às aulas presenciais na Escola Municipal Marília de Dirceu, em Ipanema, no Rio de Janeiro, em 21/04/2021 Foto: João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo

    Lucas Janone,

    da CNN, no Rio de Janeiro

    O retorno gradual às aulas presenciais na cidade do Rio de Janeiro continua. Acontece nesta quarta-feira (21) a reabertura de mais 301 escolas da rede municipal de ensino, depois de mais de um ano fechadas.

    A expectativa da prefeitura do Rio é que outras 63 unidades reabram nesta quinta-feira (22), totalizando 783 escolas municipais da capital com atividades presenciais. Desse modo, todos os alunos do ensino fundamental já terão retorno às aulas de maneira presencial

    Para o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, a reabertura das aulas tinha que acontecer. “As escolas municipais do Rio ficaram cerca de um ano fechadas, sem atividades pedagógicas presenciais. Sabemos que nossas crianças precisam da escola para aprender e se desenvolver”, disse Ferreirinha. 

    Entretanto, o secretário afirmou que todas as medidas para evitar o contágio pelo Covid-19 nas escolas vão ser adotadas nesse retorno, como a utilização de máscaras e álcool em gel. O distanciamento deve ser de 1,5 metro e os horários de entrada, saída e recreio serão escalonados. As refeições vão acontecer nas salas de aula e os bebedouros foram adaptados para copos e garrafas.

    Vacinação

    Associações nacionais ligadas à educação brasileira comemoraram, na madrugada desta quarta-feira (21), a decisão da Câmara dos Deputados que reconheceu as aulas presenciais como serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19. Dessa forma, a educação básica e superior está autorizada a retornar, a partir da criação de diretrizes para o setor.

    À CNN, a Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrei) afirmou que apoia o projeto de lei que determina a reabertura das unidades de forma definitiva. E em nota, destacou que a interrupção por mais de um ano durante a pandemia “pode ter comprometido o futuro de uma geração inteira”.

    Para o vice-presidente da Asbrei, Frederico Venturini, a educação para as crianças é essencial para o funcionamento da sociedade e deve acontecer mesmo durante a crise sanitária causada pela Covid-19.

    “Existem alunos que estão afastados da escola há mais de um ano. Por isso, foi muito importante a aprovação da lei que determinou que a educação básica e superior passem a ser atividades essenciais,” salientou.

    Ele afirmou, entretanto, que a volta às atividades será feita de forma segura: “Apesar do retorno, as escolas vão continuar seguindo os protocolos sanitários, que consistem em utilização de máscara, distanciamento social e higienização constante”, ressaltou Frederico Venturini.

    Questionada pela CNN, representantes da Associação Brasileira de Educação (Abe) também disseram concordar com o retorno imediato às aulas presenciais. A instituição, com sede fixada no Rio de Janeiro, afirmou em nota que protesta contra a paralisação das aulas desde o início da pandemia. 

    A Câmara dos Deputados concluiu na madrugada desta quarta-feira (21) a votação do projeto que considera aulas presenciais de educação básica e superior como serviços e atividades essenciais, inclusive durante a pandemia, e que cria diretrizes para o retorno às escolas.

    O texto-base foi aprovado por 276 votos a favor e 164 contrários. Os deputados rejeitaram propostas de modificação ao texto, que agora vai ao Senado.

    Autora do texto, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) defendeu a reabertura de escolas durante a pandemia. “Esta proposta garante o protagonismo da educação, trazendo alunos para a sala de aula. Muitos estão passando dificuldades – abusos sexuais, violência doméstica e, principalmente, falta de alimentação”, afirmou.

    Lideranças da oposição, porém, questionaram o projeto. A líder do Psol, Talíria Petrone (RJ), acredita que o retorno presencial deve acontecer apenas depois da vacinação em massa dos profissionais da educação. 

    “Quem defende que a educação é essencial e que a escola é importante deveria estar pensando em propostas que garantam um retorno seguro às aulas, e não votar matéria para fazer lobby da escola privada”, declarou.

    Os profissionais de ensino também são contrários ao retorno. O Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) explicou à CNN que realiza uma greve “a favor da vida” contra o retorno, pois acredita que a volta vai acarretar em mais casos e mortes pela doença.