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    Mãe e madrasta vão a júri pela morte do menino Miguel no RS

    Rés respondem pelo homicídio triplamente qualificado ocorrido em 2021

    Câmeras de segurança registraram movimentação das rés na época do desaparecimento do menino Miguel
    Câmeras de segurança registraram movimentação das rés na época do desaparecimento do menino Miguel Reprodução

    Isadora Airesda CNN

    Em Porto Alegre

    A partir desta quinta-feira (4), serão julgadas em Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 28 anos, e a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, de 26, respectivamente mãe e madrasta do menino Miguel dos Santos Rodrigues.

    As duas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul pelo espancado seguido de morte do filho e enteado delas, com sete anos na época, em Imbé, também no litoral norte do estado. Miguel desapareceu em julho de 2021.

    Yasmin e Bruna, que estão presas, respondem por homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver. As qualificadoras são motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

    O julgamento deve durar dois dias. Depois do sorteio dos sete jurados, no início da manhã de quinta-feira, acontecerá o depoimento de nove testemunhas, de acusação e defesa, e depois os interrogatórios das duas rés.

    A etapa seguinte terá os debates de acusação e defesa, com duas horas e meia para cada parte apresentar a tese. Depois, segue a réplica e a tréplica, de até duas horas cada.

    Relembre o caso

    De acordo com a denúncia do Ministério Público, Miguel foi morto pelo casal entre os dias 26 e 29 de julho de 2021. A morte teria sido consequência de agressão física, insuficiência de alimentação, uso de medicamento inadequado e omissão de atendimento à saúde da vítima.

    Depois, o corpo dele teria sido colocado dentro de uma mala de viagem e arremessado no Rio Tramandaí. O corpo de Miguel não foi encontrado.

    De acordo com a promotoria, o motivo do assassinato seria que o menino atrapalhava o relacionamento da mãe e da madrasta.

    Na denúncia, o promotor diz que nos dias que antecederam o crime, as duas mulheres teriam submetido a criança a intenso sofrimento físico e mental, como castigo por ele ter buscado carinho, cuidado e atenção.

    Ainda de acordo com o Ministério Público, Miguel chegou a ser trancado com as mãos amarradas e imobilizadas com correntes e cadeados dentro de um pequeno guarda-roupas por longos períodos. Quando conseguia se desvencilhar, elas o amarravam novamente.

    Na denúncia, o Ministério Público defende que as mulheres deixavam Miguel se alimentar apenas quando elas queriam. Ele também era obrigado a fazer as necessidades fisiológicas no interior do guarda-roupas, inclusive sendo compelido a limpá-lo como punição.

    A promotoria relata que o menino era obrigado a escrever, repetidamente, frases depreciativa contra si, como “eu sou um idiota”, “eu sou ladrão”, “eu sou ruim”, “eu sou cruel”, “eu sou malvado”, “eu não presto”, entre outras.

    À CNN, a advogada Thais Constantin, responsável pela defesa de Yasmin, disse que a mãe de Miguel deve confessar a autoria do crime. A defesa afirmou que não vai pedir a absolvição da ré.

    “O trabalho técnico a se realizar visa que sejam cumpridas as garantias e formalidades legais previstas pela Constituição Federal e normas de direito penal. Nossa bancada trabalhará para que o Conselho de Sentença decida por sua livre convicção, baseada no olhar crítico sobre cada prova que integra os autos”, aponta a advogada.

    A CNN também entrou em contato com a defesa de Bruna Nathiele Porto da Rosa, mas ainda não obteve retorno.