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    Mãe baleada ao tentar proteger criança será enterrada amanhã no Rio

    Ana Cristina da Silva foi socorrida para o hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos

    Isabelle Saleme e Jaqueline Frizon , Da CNN, no Rio de Janeiro

    Ana Cristina da Silva, de 25 anos, será enterrada no início da tarde desta sexta-feira (28), no Cemitério do Caju. A família chegou a pensar em levar o corpo para a Paraíba, mas decidiu fazer o sepultamento no Rio, sem velório. Na noite de quarta, a moça estava com o marido e o filho a caminho do trabalho.

    Eles passavam perto de um dos acessos do Morro do São Carlos, na área central da cidade, quando ouviram os tiros de fuzil. Ana tentou proteger a criança e acabou baleada. Ela foi socorrida para o hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, mas não resistiu aos ferimentos.

    A moça é mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. De acordo com a plataforma Fogo Cruzado, 84 pessoas foram vítimas de balas perdidas esse ano, 14 morreram.

    Em menos de 24 horas, duas casas foram invadidas por criminosos em fuga. Uma mulher de 54 anos foi liberada depois de ser mantida refém por cerca de duas horas. Quatro suspeitos que participavam do sequestro se renderam e foram presos. A vítima passa bem.

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    No mesmo local, mais cedo, uma mulher, uma criança e uma idosa ficaram sob domínio de um outro bandido por cinco horas. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) participaram da ação. Dois fuzis e duas pistolas foram apreendidos.

    Desde a tarde de quarta-feira o clima é tenso na cidade e o policiamento segue reforçado. O último balanço da Polícia Militar conta pelo menos 16 presos — entre eles um que é apontado como uma das lideranças — e quatro feridos levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, tendo um deles morrido.

    Outros dois suspeitos também morreram durante os confrontos. Foram apreendidos nove fuzis, 10 pistolas, 42 granadas, munição e drogas. Um policial do Batalhão de Choque foi baleado durante um dos confrontos. O estado de saúde dele é estável.

    Tudo seria resultado da guerra entre facções pelo domínio territorial na região central da cidade. A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que há cerca de duas semanas o setor de inteligência da 6ª DP (Cidade Nova) detectou uma movimentação de traficantes de uma facção criminosa que pretendiam  tomar o território de comunidades que fazem parte do Complexo do São Carlos e têm influência de outra facção.

    Porém não havia informação de data e horário definidos. Como as operações em comunidades estão proibidas por decisão do Supremo Tribunal Federal, as forças policiais estão atuando apenas de forma reativa, não sendo possível se anteciparem as ações criminosas.

     

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