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    La Niña deve começar na primavera; veja o que esperar do fenômeno

    Segundo Climatempo, La Niña deve se intensificar a partir de outubro e inverter as regiões que costumam receber chuvas de primavera

    Letícia Cassianoda CNN* , em São Paulo

    A primavera de 2024 irá começar no Brasil em 22 de setembro e a estação promete ser intensa. Os meteorologistas estão atentos à formação do fenômeno La Niña, que pode bagunçar o caminho costumeiro das chuvas de primavera e interferir na recuperação agrícola após a estiagem severa dos últimos meses.

    Quando não há presença de fenômenos atípicos, a primavera no país é marcada pelo aumento gradual das chuvas e do calor em todas as regiões, com exceção do Nordeste, onde o tempo fica seco e as temperaturas muito altas.

    Já o La Niña, que ocorre a partir do resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, costuma inverter essa lógica, fazendo chover muito mais no Norte e no Nordeste enquanto a região Sul fica mais quente e seca.

    A última vez em que o fenômeno aconteceu, entre julho de 2020 e fevereiro de 2023, diversos municípios no sul do estado da Bahia tiveram enchentes de grandes proporções. O oposto aconteceu nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que viveram uma seca severa que esvaziou os reservatórios de água.

    La Niña na Primavera 

    No La Niña deste ano, que deve se intensificar entre outubro e novembro, eventos climáticos severos são esperados e até um inverno tardio com baixas temperaturas.

    Segundo Vinícius Lucyrio, meteorologista da equipe de previsão climática do Climatempo, dias de frio são esperados entre outubro e novembro nas áreas mais altas da região Sul, e períodos amenos devem refrescar o leste do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

    Sobre as chuvas, Lucyrio afirma que a precipitação deve diminuir na região Sul a partir da segunda metade da primavera, enquanto umidade e frio podem entrar no continente pelo estado fluminense.

    “As frentes frias mais frequentes, algumas continentais, muitas marítimas, a partir de dezembro, podem ficar estacionárias na altura do Rio de Janeiro, favorecendo a formação de grandes corredores de umidade”, explica o meteorologista.

    Porém, maiores variações térmicas são esperadas no Centro-Sul, principalmente no leste da região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. Também haverá maior propensão a ondas de calor no oeste da região Sul, mais para dentro do continente.

    O Climatempo também prevê chuvas acima da média na região Amazônica, um alívio bem-vindo após meses de estiagem e queimadas.

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