Justiça revoga prisão de ex-deputado apontado como líder de motim da PM no Ceará
Flávio Sabino se apresentou espontaneamente e foi proibido de frequentar unidades da PM e do Corpo de Bombeiros por seis meses.
A Justiça do Ceará revogou a prisão do cabo da Polícia Militar e ex-deputado Flávio Sabino, que teria liderado os motins da corporação.
Sabino se apresentou espontaneamente ao juiz Roberto Soares, da Vara da Auditoria Militar de Fortaleza, que aplicou medida cautelar determinando que o ex-parlamentar não frequente unidades da PM e do Corpo de Bombeiros por seis meses, exceto em caso de intimação para procedimento administrativo.
O motim dos policiais cearenses durou 13 dias e terminou no domingo (1º), após rodadas de reuniões entre a comissão formada pelos representantes dos três poderes e da PM.
Os agentes de segurança só suspenderam a paralisação depois que o governo ofereceu uma série garantias –entre elas a de que os processos que vão apurar as infrações cometidas por cada envolvido no motim vão acontecer “de forma parcial, isenta e transparente”.
Um reajuste salarial também foi prometido, mas os detalhes ainda serão decididos entre o Executivo e a Polícia.
A Constituição Federal proíbe a paralisação de agentes de segurança pública.
A polícia parou de divulgar os dados de mortes após o nono dia de paralisação. Até essa data, houve 198 homicídios — cerca de 28 a cada dia, mais que o triplo da média do resto do mês, de oito assassinatos diários.