Justiça determina que PM que matou Leandro Lo volte a receber salário
Lutador foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, em São Paulo, em agosto de 2022
A justiça de São Paulo determinou liminarmente que o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, que responde pelo homicídio do lutador Leandro Lo, volte a receber salário.
O juiz Marcio Ferraz nunes, da 16ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, acatou o pedido da defesa do PM em 13 de março.
Na decisão, o magistrado se baseou em um entendimento de julgamento anterior para atender ao pedido dos advogados do tenente, que foi preso preventivamente em agosto de 2022.
A argumentação foi de que não deve haver juízo da remuneração do servidor público afastado em prisão em flagrante, preventiva ou temporária, até que haja condenação ou absolvição do réu.
O advogado da família do lutador, Adriano Salles Vanni, definiu a decisão como “um tapa na cara da família e da sociedade”. Vanni também disse à CNN que “a vítima era arrimo de família. A família só está recebendo ajuda dos amigos, enquanto o assassino recebe seu salário mesmo preso”.
O tenente Henrique Otavio Oliveira Velozo é réu por homicídio triplamente qualificado.
Leandro Lo foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, em São Paulo, em agosto de 2022.
De acordo com testemunhas, o lutador de jiu-jítsu estava com cinco amigos no clube, quando o policial, que também pratica artes marciais, se aproximou e começou a provocar o grupo, pegando as bebidas que estavam na mesa. Leandro reagiu e pediu que ele deixasse o local.
Testemunhas também relataram que o agressor teria chutado duas vezes a cabeça de Leandro, que já estava caído no chão, desacordado, após ser baleado pelo PM.
O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, mas não resistiu e teve a morte cerebral declarada ainda na manhã do crime.