Justiça decreta prisão de três indiciados pela morte de congolês no Rio
Moïse foi vítima de espancamento, no último dia 24, em um quiosque na Barra da Tijuca
A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta quarta-feira (2), a prisão dos três indiciados pela morte do congolês Moïse Kabamgabe.
A prisão foi determinada pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judiciário da capital.
A decisão determina a prisão de Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”; Brendon Alexander Luz da Silva, o “Totta”; e Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, pela participação na morte do congolês, vítima de espancamento, no último dia 24, em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Eles foram identificados após o depoimento de testemunhas que presenciaram o espancamento a pedaços de pau.
Os criminosos desferiram ao menos 30 golpes de cabos de madeira, boa parte enquanto o congolês estava no chão, indefeso. A vítima ainda teria sido amarrada com uma corda por um dos indiciados.
Na decisão, a magistrada diz que, de acordo com o Ministério Público, as investigações policiais apontam a “autoria delitiva” na direção dos indiciados.
No entanto, a decisão afirma ser necessária a realização de diligências para a elucidação dos fatos.
“Contudo, ainda existem diligências e atos investigativos a serem realizados a fim de que os fatos sejam melhor elucidados. A prisão temporária é espécie de medida cautelar que visa assegurar a eficácia das investigações para, posteriormente, possibilitar o fornecimento de justa causa para a instauração de um processo penal. Não se trata de prisão preventiva, obedecendo a hipóteses diversas, sendo uma espécie de prisão cautelar ainda mais restrita”, determina a juíza na decisão.
A CNN teve acesso a todas as imagens do circuito interno do quiosque e decidiu exibir os trechos que mostram a emboscada a Moïse. As agressões não serão exibidas.
O jovem nasceu na República Democrática do Congo (antigo Zaire), na África, e deixou o país em 2014, ainda adolescente, para fugir da guerra e da fome.
Segundo familiares, o jovem trabalhou por dois dias no quiosque Tropicália, foi cobrar seu pagamento e acabou sendo espancado por homens que estavam no local.