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    Justiça decide nesta terça (12) se mantém preso médico que estuprou mulher em parto

    Integrantes da equipe de enfermagem e um médico que participou do procedimento são aguardados na delegacia para prestar depoimento

    Isabelle Resendeda CNN , no Rio de Janeiro

    O médico anestesista preso em flagrante por estuprar uma paciente durante uma cesariana, em um hospital público do Rio de Janeiro, passará por uma audiência de custódia na tarde desta terça-feira (12). O juiz pode decidir pela conversão da prisão em preventiva.

    Já a Polícia Civil aguarda novos depoimentos. Integrantes da equipe de enfermagem e um médico presente na cirurgia devem ir à delegacia nesta manhã.

    Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, foi preso depois que funcionários da unidade de saúde o filmaram, com um telefone celular, no momento em que passava o pênis no rosto de uma paciente desacordada durante uma cesariana. As imagens mostram ainda que o órgão foi introduzido na boca da mulher enquanto a equipe trabalhava na cirurgia.

    Nesta segunda-feira (11), a Polícia Civil do Rio de Janeiro ouviu a mãe de outra paciente que também foi sedada pelo médico durante uma cesariana. Além dela, funcionários do hospital prestaram depoimento. A delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, apura outras possíveis condutas criminosas do médico e tenta identificar outras vítimas.

    O processo disciplinar de cassação do médico instaurado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) deve durar até 180 dias. Mas a expectativa do presidente do órgão, Clovis Munhoz, é que o processo seja finalizado antes do prazo legal.

    “Nós vamos fazer o impossível para encurtar esse prazo dentro do cumprimento da lei, das regras as quais nós somos obrigados a cumprir e a respeitar. Vamos fazer isso com maior rigor possível, com maior brevidade possível, para que isso seja efetivamente finalizado bem antes desses 180 dias”, declarou.

    Munhoz classificou o caso como horripilante e garantiu que o anestesista terá o registro médico cassado. “O que aconteceu vai contra tudo que deve nortear a conduta de um profissional médico”, avaliou.

    Giovanni Quintella Bezerra está preso na casa de Custódia de Benfica, na Zona Norte do Rio, e deve ser transferido para um presídio após a audiência. Na tarde de segunda-feira, o advogado contratado pela família do anestesista desistiu do caso. Até o momento, a CNN não conseguiu contato com a nova equipe de defesa.

    Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Giovanni não é servidor do estado, tem título de especialista em anestesiologia, registro regular no Conselho Regional de Medicina (CRM) e prestava serviço há seis meses, como pessoa jurídica para a unidade e para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

    A SES e a Fundação de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informaram que foi aberta uma sindicância interna para tomar medidas administrativas, além da notificação ao Cremerj.

    Em nota, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) pontuou “repúdio e perplexidade” diante da conduta de Bezerra, pedindo rigor às autoridades nas investigações e possíveis punições.

    A instituição também destacou que foi feita uma reunião nesta segunda-feira para deliberar sobre a instauração imediata sobre o caso, acrescentando que “atitudes como essas são absolutamente inaceitáveis e jamais serão toleradas pela SBA”.

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