Jovens levaram doença para casa, diz governador do Amazonas
"As pessoas nas festas passavam copos de bebida de boca em boca. Aquilo foi fatal, não tinha outro caminho senão as pessoas serem infectadas," disse Wilson Lima
Diante do colapso do sistema de saúde no Amazonas, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), culpou as festas clandestinas ocorridas no final de 2020 como as principais culpadas pela explosão de casos de Covid-19 no estado neste início de ano.
“Algo que contribuiu muito para o aumento significativo dos casos no Amazonas foram as festas clandestinas. As pessoas nas festas passavam copos de bebida de boca em boca. Aquilo foi fatal, não tinha outro caminho senão as pessoas serem infectadas,” disse o governador.
Ainda na trilha dos eventos clandestinos, Lima disse que o que se viu no Amazonas foi um processo de jovens levarem o vírus para casa, algo que pode ser notado de acordo os grupos etários mais infectados e com mais mortes pelo novo coronavírus no estado.
“No Amazonas os mais infectados estão entre 20 e 49 anos. Os que mais morrem estão acima dos 73 anos. Isso nos leva a crer que os jovens estavam sendo infectados e levando a doença para casa.”
Por conta do alto número de casos graves em pessoas mais velhas, a capital do estado, Manaus, vive atualmente uma crise de falta de tubos de oxigênio. Segundo o governador, a demanda por este material quadruplicou nas últimas duas semanas.
“No pico da pandemia levamos 30 dias para dobrar o consumo de oxigênio no estado. Agora em menos de 15 dias o consumo de oxigênio quadruplicou. Fomos surpreendidos por esse aumento excepcional.”
Enem
Outro problema que o Amazonas enfrenta diz respeito ao Enem. Nessa quarta-feira (13), a Justiça Federal definiu que a prova nacional deveria ser adiada no estado, porém o Ministério da Educação entrou com recurso para suspender a decisão. Lima disse que, no momento, o estado não tem condições de realizar a prova.
“Não temos condições de abrir nossas salas de aula para a realização do exame no estado. Conversamos com Inep e com o Ministério da Educação para construir a possibilidade de adiar a prova para fevereiro,” disse o governador do Amazonas.