Joias do ex-governador Sérgio Cabral vão a leilão nesta quarta-feira
Peças de diamantes e ouro valem quase R$ 4 milhões
Parte de um tesouro, avaliado em quase R$ 4 milhões (valor exato – R$ 3.861.353,00) do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, será leiloado nesta quarta-feira. A fortuna, que estava escondida na Suíça, foi repatriada em março.
Os lances virtuais terminam às 14h30. Nessa primeira etapa, serão leiloadas cinco barras de ouro 24 quilates e 15 diamantes com certificação do Instituto Gemológico da América. Esse documento atesta o valor e a qualidade das pedras preciosas como o alto teor de pureza, lapidação e quilatagem.
Leia também:
MPF recupera diamantes e ouro de Sérgio Cabral avaliados em R$ 20 milhões
TJ-RJ confirma decisão que negou domiciliar ao ex-governador Sérgio Cabral
Um dos diamantes que vai à leilão possui mais de 4 quilates (4,6) e está avaliado em R$. 308.116,00. A pedra é considerada uma raridade de altíssimo valor. Quanto mais quilates e mais peso, maior é valor de mercado. O leilão será virtual e leva quem der o maior lance. Poderão participar pessoas físicas e jurídicas.
O valor mínimo da peça mais barata, um diamante com 2.05 quilates, custa R$ 52.625, 60 (Cinquenta e dois mil seiscentos e vinte e cinco reais e sessenta centavos). Cada barra de ouro 24 quilates está avaliada em R$ 184.000,00 (Cento e oitenta e quatro mil reais). O dinheiro arrecadado com o primeiro leilão das peças será destinado ao Fundo Penitenciário Nacional – Funpen, conforme informou o Ministério da Justiça.
O pesquisador Jurgen Schnellrath do Centro de Tecnologia Mineral, órgão ligado do Ministério de Ciência e Tecnologia, explica que este é o tipo de ouro mais valioso que existe, por ter a maior pureza. As pedras e os metais preciosos foram recuperados em um cofre de uma empresa que faz a guarda de valores em Genebra, na Suiça, após 3 anos de investigação do Ministério Público Federal.
De acordo com o órgão, os bens foram comprados com dinheiro de origem ilegal, mas de forma lícita e têm até nota fiscal. As peças foram repatriadas em março desse ano numa operação conjunta entre autoridades do Brasil e Suíça. O material está sob custódia da Caixa Econômica Federal desde então.
O ex-governador Sérgio Cabral já foi condenado em 13 dos 31 processos que responde pela Operação Lava Jato no Rio. As penas somadas chegam a 281 anos. De acordo com a justiça, muitos dos crimes foram cometidos enquanto ele ocupava a cadeira de governador do estado. Ele foi preso em 2016 durante a Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.
Em dezembro de 2019, Cabral fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e se comprometeu a devolver R$ 380 milhões aos cofres públicos. O processo corre em sigilo. Na última segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou a abertura de inquéritos com base no acordo de delação premiada de Sergio Cabral, com a Polícia Federal.
O pedido sumário de arquivamento foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril. E, entre abril e junho, o presidente do STF, Dias Toffoli, determinou os arquivamentos de três inquéritos que iriam investigar ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Outros nove inquéritos, também abertos a partir da delação de Cabral, e que envolvem parlamentares e outras autoridades com foro no Supremo, estão na mão de Toffoli para decisão. Sobre esses, Aras ainda não se manifestou pelo arquivamento.