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    Itirapina e Diadema vacinam crianças por engano contra a Covid-19

    Em intervalo de 2 dias, mais de 50 pessoas foram vacinadas erroneamente em duas cidades de São Paulo; mais de trinta crianças e uma gestante receberam as doses

    Julyanne Jucá e Weslley Galzo, da CNN, em São Paulo

    Uma técnica de enfermagem da unidade de saúde básica (UBS) do bairro Jardim das Nações, na cidade de Diadema, cometeu um erro grave na última quinta-feira (15) ao vacinar cinco crianças contra a Covid-19 – grupo proibido de receber os imunizantes autorizados para uso no Brasil por não haver testes clínicos que atestem a segurança da vacina em menores de 16 anos. O caso ocorre dois dias após 46 pessoas serem vacinadas incorretamente na cidade de Itirapina, dentre elas estão 28 crianças e uma gestante.

    O caso de Itirapina aconteceu na terça-feira (13), após uma técnica de enfermagem ter separado incorretamente as doses da vacina Coronavac para serem levadas à sala em que a equipe da unidade realizava a vacinação contra a gripe, com crianças de 6 meses à 6 anos de idade, gestantes e puérperas, como grupo prioritário.

    Além da gestante e das 28 crianças vacinadas erroneamente, outros 18 adultos receberam a vacina contra a Covid-19 em vez do imunizante contra a influenza. Em comunicado emitido pela prefeitura de Itirapina, foi notificado que as pessoas alvo da vacinação incorreta foram informadas sobre o ocorrido, atendidas e são monitoradas por equipes de saúde do município.

     De acordo com as autoridades locais, nenhuma anormalidade foi detectada e as medidas cabíveis serão tomadas para apurar o caso. A prefeitura não informou se houve afastamento dos trabalhadores envolvidos na aplicação incorreta.

    Assim como em Itirapina, a prefeitura de Diadema abriu um procedimento administrativo para apurar o caso e disse ”condenar veementemente” o erro. As funcionárias envolvidas no ocorrido foram afastadas imediatamente e seguirão distantes do serviço público até o fim das investigações. 

    vacina criança
    Foto: Divulgação

    “Esclarecemos que, assim que identificada a ocorrência, os pais das crianças vacinadas foram imediatamente convocados na unidade para os devidos esclarecimentos e orientações”, disse em nota a Secretaria Municipal de Saúde. “Informamos ainda que as crianças serão acompanhadas pelos próximos 42 dias e terão todo o apoio necessário”. 

    A prefeitura afirmou que as campanhas de vacinação contra a Covid-19 e a influenza estão sendo realizadas em salas separadas “para que não haja cruzamento de fluxo dos pacientes adultos com crianças”. Segundo a administração municipal, o ocorrido foi “um caso isolado e que serviu para ampliarmos ainda mais os nossos cuidados”.

    Apesar do erro, Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização diz que provavelmente não há problemas para menores de 18 anos tomarem a vacina mesmo sem estudos mostrando os efeitos e a eficácia do imunizante nesta faixa etária.

    “Não há estudos sobre a eficácia das vacinas de Covid-19 nessas faixas etárias, então o ocorrido em Diadema preocupa pela segurança dos pacientes, mas é pouco provável que tenha problema maior porque as vacinas usadas são parecidas com a que a gente utiliza contra a gripe,” disse Cunha.

     

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